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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

POESIA MARGINAL

POESIA MARGINAL
Nos tristes e repressivos anos 1970, a poesia rompeu com a realidade, com o intelectualismo e com o dificil compreensivismo modernista e partiu para um novo rumo; mais diluidora, anti-cultural, pós-moderna. Sem constituir um movimento unificado, poetas jovens se declararam marginais e surgiram em todo o brasil, espalhando que a poesia perdera a pompa e a solenidade, decretando o fim da modernidade.
A poesia foi qualificada como “marginal” porque se desenvolveu a sombra do terrivel “AI-5”, o anunciador de um tempo obscuro no Brasil.
A poesia desenvolvida sob a mira da policia e da politica nos anos 1970 foi uma manifestação de denuncia e protesto, uma explosão de literatura geradora de poemas espontaneos, “mal-acabados”, ironicos,
coloquiais, que falam do mundo do proprio poeta, zombam da cultura, da propria literatura, jogando para o ar os padrões estéticos estabelecidos, mostra um poeta jovem cujo seu tema é a banlidade cotidiana,
aparentemente não tem nem grandes paixões, nem grandes imagens e faz questão da sua condição marginal. É inquieta, anarquica: não se filia a nenhuma etica literaria, embora se note traços de algumas produções vanguardistas que a precederam (concretismo dos anos 50/60). Esta poesia explorou todas as possibilidades do papel, usou folhetos, jornais, revistas, manuscritos, chegou aos nuros através das pichações, foi as praças, aliou-se a musica, foi tema de exposições. Saiu do livro e ganhou as ruas, podia ser lida nos muros, nos banheiros, nas margens de outros textos em forma de “carona literaria”. Estava em folhetos mimeografados, distribuidos de mão em mão, nos bares, nas praias, nas feiras, em qualquer parte.
Recuperaram-se alguns laços com a produçaõ do primeiro modernismo (1922) como: poemas-minuto, poemas-piada, experimentaram-se tecnicas de colagem e a desmontagem dadaista; praticaram-se formas
consagradas, como o soneto ou o “haicai”. Tudo foi possivel dentro do territorio livre da poesia marginal.

* extraido do jornal poesia para todos.

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