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domingo, 11 de maio de 2014

EXÍLIO NA ILHA GRANDE


Prisões arbitrárias, exílios e torturas infindáveis. Esse era o universo instalado no Brasil pela ditadura militar, iniciada com o fatídico golpe de 1964. Várias foram as vítimas. Muitas delas denunciaram as ações de seus algozes por meio de relatos fantásticos e dolorosos em certo aspecto. André Torres, através do livro Exílio na Ilha Grande, faz o mesmo, sem se preocupar em citar nomes, mas descrevendo fielmente a duríssima vida em Ilha Grande, onde estava preso como rebelde subversivo. A descrição não se resume aos seus pares de carceragem ou aos pátios tristes das celas na ilha, mas também de seus arredores, externamente. A mata fechada que cercava impiedosamente a detenção e o mar, demasiadamente abarrotado de cações sanguinários – pior das barreiras naturais impostas aos pretensos fugitivos da ilha – os separavam do continente. Pior. Ainda havia os moradores nativos, que não relutavam em contribuir com o aparelho, denunciando – e em alguns casos, espancando – os fugitivos. Por fim, existia o medo do castigo por parte dos carcereiros. Como se vê, as adversidades para a concretização de uma fuga bem sucedida eram muitas.
Todavia, cheio da impavidez da juventude, o protagonista resolve arriscar. E não foi a primeira vez. A diferença e que agora, pareceu dar certo. Fugiu aos trancos e barrancos, suportando adversidades inimagináveis, o que lhe enchia ascendentemente de orgulho e coragem. A prova de fogo foi a perigosa travessia do mar rumo ao continente. Agora, naquela ocasião, os inimigos deixaram de ser os carcereiros, passando a ocupar tal posto os vorazes cações. O jovem se safa. Chega ao continente onde conhece um grupo suspeita.
A saga de André não pára aí. Torres mantém a sua postura rebelde, o que gera uma continua tensão nas páginas do livro. 

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