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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A FLOR E A NÁUSEA

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

 

sábado, 13 de dezembro de 2014

MONÓLOGO DE UMA SOMBRA



“Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!
A simbiose das coisas me equilibra.
Em minha ignota mônada, ampla, vibra
A alma dos movimentos rotatórios...
E é de mim que decorrem, simultâneas
A saúde das forças subterrâneas
E a morbidez dos seres ilusórios!
Pairando acima dos mundanos tetos,
Não conheço o acidente da Senectus
— Esta universitária sanguessuga
Que produz, sem dispêndio algum de vírus,
O amarelecimento do papirus
E a miséria anatômica da ruga!
Na existência social, possuo uma arma
— O metafisicismo de Abidarma —
E trago, sem bramânicas tesouras,
Como um dorso de azêmola passiva,
A solidariedade subjetiva
De todas as espécies sofredoras.
Com um pouco de saliva quotidiana
Mostro meu nojo à Natureza Humana.
A podridão me serve de Evangelho...
Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
E o animal inferior que urra nos bosques
É com certeza meu irmão mais velho!
Tal qual quem para o próprio túmulo olha,
Amarguradamente se me antolha,
À luz do americano plenilúnio,
Na alma crepuscular de minha raça
Como uma vocação para a Desgraça
E um tropismo ancestral para o Infortúnio.
Ai vem sujo, a coçar chagas plebéias,
Trazendo no deserto das idéias
O desespero endêmico do inferno,
Com a cara hirta, tatuada de fuligens,
Esse mineiro doido das origens,
Que se chama o Filósofo Moderno!
Quis compreender, quebrando estéreis normas,
A vida fenomênica das Formas,
Que, iguais a fogos passageiros, luzem...
E apenas encontrou na idéia gasta,
O horror dessa mecânica nefasta,
A que todas as coisas se reduzem!
E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes,
Sobre a esteira sarcófaga das pestes
A mostrar, já nos últimos momentos,
Como quem se submete a uma charqueada,
Ao clarão tropical da luz danada,
O espólio dos seus dedos peçonhentos.
Tal a finalidade dos estames!
Mas ele viverá, rotos os liames
Dessa estranguladora lei que aperta
Todos os agregados perecíveis,
Nas eterizações indefiníveis
Da energia intra-atômica liberta!
Será calor, causa úbiqua de gozo,
Raio*
X, magnetismo misterioso,
Quimiotaxia, ondulação aérea,
Fonte de repulsões e de prazeres,
Sonoridade potencial dos seres,
Estrangulada dentro da matéria!
E o que ele foi: clavículas, abdômen,
O coração, a boca, em síntese, o Homem,
— Engrenagem de vísceras vulgares —
Os dedos carregados de peçonha,
Tudo coube na lógica medonha
Dos apodrecimentos musculares!
A desarrumação dos intestinos
Assombra! Vede-a! Os vermes assassinos
Dentro daquela massa que o húmus come,
Numa glutoneria hedionda, brincam,
Como as cadelas que as dentuças trincam
No espasmo fisiológico da fome.
É uma trágica festa emocionante!
A bacteriologia inventariante
Toma conta do corpo que apodrece...
E até os membros da família engulham,
Vendo as larvas malignas que se embrulham
No cadáver malsão, fazendo um s.
E foi então para isto que esse doudo
Estragou o vibrátil plasma todo,
À guisa de um faquir, pelos cenóbios?!...
Num suicídio graduado, consumir-se,
E após tantas vigílias, reduzir-se
À herança miserável dos micróbios!
Estoutro agora é o sátiro peralta
Que o sensualismo sodomista exalta,
Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo...
Como que, em suas células vilíssimas,
Há estratificações requintadíssimas
De uma animalidade sem castigo.
Brancas bacantes bêbedas o beijam.
Suas artérias hírcicas latejam,
Sentindo o odor das carnações abstêmias,
E à noite, vai gozar, ébrio de vício,
No sombrio bazar do meretrício,
O cuspo afrodisíaco das fêmeas.
No horror de sua anômala nevrose,
Toda a sensualidade da simbiose,
Uivando, à noite, em lúbricos arroubos,
Corno no babilônico sansara,
Lembra a fome incoercível que escancara
A mucosa carnívora dos lobos.
Sôfrego, o monstro as vítimas aguarda.
Negra paixão congênita, bastarda,
Do seu zooplasma ofídico resulta...
E explode, igual à luz que o ar acomete,
Com a veemência mavórtica do ariete*
E os arremessos de uma catapulta.
Mas muitas vezes, quando a noite avança,
Hirto, observa através a tênue trança
Dos filamentos fluídicos de um halo
A destra descarnada de um duende,
Que, tateando nas tênebras, se estende
Dentro da noite má, para agarrá-lo!
Cresce-lhe a intracefálica tortura,
E de su’alma na caverna escura,
Fazendo ultra-epiléticos esforços,
Acorda, com os candeeiros apagados,
Numa coreografia de danados,
A família alarmada dos remorsos.
É o despertar de um povo subterrâneo!
É a fauna cavernícola do crânio
— Macbeths da patológica vigília,
Mostrando, em rembrandtescas telas várias,
As incestuosidades sanguinárias
Que ele tem praticado na família.
As alucinações tactis*
pululam.
Sente que megatérios o estrangulam...
A asa negra das moscas o horroriza;
E autopsiando a amaríssima existência
Encontra um cancro assíduo na consciência
E três manchas de sangue na camisa!
Míngua-se o combustível da lanterna
E a consciência do sátiro se inferna,
Reconhecendo, bêbedo de sono,
Na própria ânsia dionísica do gozo,
Essa necessidade de horroroso,
Que é talvez propriedade do carbono!
Ah! Dentro de toda a alma existe a prova
De que a dor como um dartro se renova,
Quando o prazer barbaramente a ataca...
Assim também, observa a ciência crua,
Dentro da elipse ignívoma da lua
A realidade de uma esfera opaca.
Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,
Abranda as rochas rígidas, torna água
Todo o fogo telúrico profundo
E reduz, sem que, entanto, a desintegre,
À condição de uma planície alegre,
A aspereza orográfica do mundo!
Provo desta maneira ao mundo odiento
Pelas grandes razões do sentimento,
Sem os métodos da abstrusa ciência fria
E os trovões gritadores da dialética,
Que a mais alta expressão da dor estética
Consiste essencialmente na alegria.
Continua o martírio das criaturas:
— O homicídio nas vielas mais escuras,
— O ferido que a hostil gleba atra escarva,
— O último solilóquio dos suicidas —
E eu sinto a dor de todas essas vidas
Em minha vida anônima de larva!”
Disse isto a Sombra. E, ouvindo estes vocábulos,
Da luz da lua aos pálidos venábulos,
Na ânsia de um nervosíssimo entusiasmo,
Julgava ouvir monótonas corujas
Executando, entre caveiras sujas,
A orquestra arrepiadora**
do sarcasmo!
Era a elégia
***
panteísta do Universo,
Na podridão do sangue humano imerso,
Prostituído talvez, em suas bases...
Era a canção da Natureza exausta,
Chorando e rindo na ironia infausta
Da incoerência infernal daquelas frases.
E o turbilhão de tais fonemas acres
Trovejando grandíloquos massacres,
Há de ferir-me as auditivas portas,
Até que minha efêmera cabeça
Reverta à quietação da treva espessa
E à palidez das fotosferas mortas!

Augusto dos Anjos

O MORCEGO

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou mandar levantar outra parede...”
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Augusto dos Anjos


sábado, 6 de dezembro de 2014

Sofia Kovalevskaya, matemática e niilista



Uma das mulheres mais interessantes do século XIX, a matemática russa Sofia Kovalevskaya (1850-1891). Sua inteligência incrível, sentimento de liberdade, rebeldia e idéias sociais avançadas torná-la uma pessoa completamente fascinante. Çom tudo, é uma desconhecida para a maioria das pessoas, pelo menos em Espanha.

É verdade que a matemática não é o tipo de atividade que faz um famosx, nem esta ciência também desfruta de boa imprensa, porque eles estão associados com a dificuldade, abstração, etc. Mas os avanços modernos em astronáutica, ciência da computação ou engenharia não teriam sido possível sem o grande desenvolvimento alcançado pela matemática, que em última análise é a "linguagem de todas as ciências"

Sofia Kovalevskaya era uma mulher extraordinária, tanto puramente científica e acadêmica, e em seu modo de entender a vida, a posição da mulher na sociedade e, especialmente, o papel da ciência a serviço da transformação social.

Sofia Vassilyevna Kovalevskaya, nasceu em 15 de janeiro de 1850, em Moscou, em uma família burguesa de abundançia econômica e propensa a atividades intelectuais. Na verdade, o famoso escritor Dostoievski estava cortejando por um tempo Anyuta, a irmã mais velha de Sofia.

Note-se que a sociedade russa de meados do século XIX, foi deprimente em quase todos os sentidos, governada por um autocrata (o czar, cujo poder era ilimitado), com uma economia feudal, e sujeita aos valores do patriarcado rankest e da religião cristã ortodoxa. Em tais circunstâncias, o desenvolvimento economiço, científico e cultural foi completamente bloqueado, e a oligarquia (com a ajuda da Igreja) procurou apenas manter seus privilégios e reprimir qualquer  movimento de mudança significava.

No caso das mulheres, os seus horizontes eram limitados, geralmente procurar um bom casamento e dedicar o resto de sua vida ao trabalho doméstico. Mas desde que começou a meados do século XIX apareçerem sinais de diferentes rebeliões na sociedade russa. As idéias socialistas e anarquistas, tendo muitas formas, apreendeu muitos dos intelectuais e dos jovens. A derrota na Guerra da Criméia (1856) colocou o czar em uma situação difícil, e os protestos dos camponeses, soldados, intelectuais, estudantes, etc, que exigiam aumento de mudanças sociais.

O mais interessante desses movimentos de rebelião foi os chamados niilistas, um termo cunhado por Turgueniev em seu romance "Pais e Filhos" (1863) para descrever o caráter de Bazárov, e que estes jovens aceitaram de bom grado como sua própria.

Niilistas eram contra tudo o que ele representava a sociedade russa tradicional, questionando todas as formas de autoridade e considerando-se a destruição da velha ordem como a principal ferramenta de mudança política. Enfrentando a ordem patriarcal, acreditavam na igualdade de gênero; contra a religião cristã, eram ateus e materialistas; contra a família tradicional, afirmavam as comunas e o amor livre; contra a ordem social estabelecida,  acreditavam na evolução e progresso, rejeitando as convenções e preconceitos. E acima de tudo reivindicaram o papel da ciência como uma força libertadora na construção de uma nova sociedade, banindo a superstição, a ignorância e o privilégio.

Não confunda o niilismo com o anarquismo. Embora ambos têm em comum a rejeição da autoridade, o niilismo é a ciência positivista e ocupa o lugar central, enquanto que o anarquismo é mais populista, buscando a emancipação do povo coletivamente e rejeitando intelectualismo. Bakunin criticou niilistas por suas abordagens , eles estavam longe das pessoas e os problemas políticos e sociais para entrar em uma dedicação solitária para a ciência.

Obviamente, o czar e os outros poderes constituídos, não viam com bons olhos aqueles que questionavam a ordem social, de modo que eles se propuseram a os reprimir violentamente. Muitos niilistas foram presos, mortos ou obrigados a emigrar.

Sofia Kovalevskaya era uma mulher de idéias niilistas. Impossibilitada de comparecer à Univerçidade (fechado às mulheres na Rússia, como na maior parte da Europa), ela foi para o exterior com a irmã Anyuta.

Antes ela havia se casado com Vladimir Kovalevsky, um paleontólogo evolucionista, um "casamento fictício", que teve o único objectivo de contornar as leis que estabeleciam que as mulheres poderiam fazer quase qualquer coisa sem a permissão de seus maridos ou pais. O "casamento fictício" era muito popular entre os jovens niilistas, e consistia de uma mulher se casava com um homem com a intenção de se libertar do jugo da família. Em seguida, cada um fazia a sua vida por conta própria, e que o marido devia dar todas as permissões que ela pedisse e que as mulheres podiam estudar, trabalhar, viajar, viver em comunas, etc, sem obstáculos.

Na Alemanha, Sofia foi capaz de estudar com alguns dos maiores matemáticos do mundo, como Karl Weierstrass. Precisamente Weierstrass foi que dirigiu a tese com a qual ela recebeu seu doutorado em matemática na Universidade de Göttingen, em 1874, a primeira mulher a consegui-lo.

Ela retornou à Rússia em 1875, e o que originalmente tinha sido um "casamento fictício" com Vladimir Kovalevsky, foi transformado em um relacionamento sério, e eles tiveram uma filha chamada Sofia, em 1878, no entanto, nestes anos estava muito longe da matemática , não deu qualquer trabalho a universidade  e basicamente dedicava-se aos círculos culturais freqüentes de St. Petersburg, enquanto seu marido estava tentando fazer uma fortuna com o setor imobiliário, o que ele nunca fez.

Em 1879, sua relação se deteriorou, e Sofia decidiu retomar seu trabalho científico. Ela retomou sua correspondência com Karl Weierstrass, viajou a Berlim e Paris (onde também frequentava círculos políticos radicais) e, finalmente, graças à sua amizade com o matemático sueco Gösta Mittag-Leffler, alcançou em 1884 um lugar de professora na Universidade de Estocolmo, onde nas aulas tinha grande número de seguidores. Ela também foi membro do conselho editorial da revista Acta Mathematica, uma das mais prestígiosas no campo da matemática. Enquanto isso, ela havia  passado pelo suicídio de seu marido em 1883, assediado por dívidas.

Sua grande chance veio em 1888, quando ela ganhou o Prêmio Bordin prestigoso da matemática, a primeira mulher que o çonseguiu, que ela tinha que resolver o famosa Equações de Euler "na rotação de um sólido pesado sobre um ponto fixo", uma problema por muitos anos chefe que trouxe os melhores matemáticos. Isso lhe valeu um prêmio de 5.000 francos e o prêmio final para sua carreira, e é reconhecida como uma das maiores autoridades em matemática mundo.

Mas ela não pode desfrutar de sua merecida reputação por muito tempo. Depois de um feriado em Gênova, no final de 1890, ela retornou para a Suécia em um passeio bastante acidentado. Ao longo do caminho, ela teve um resfriado, que depois degenerou em pneumonia, e morreu em Estocolmo em 10 de fevereiro de 1891, quando ela tinha apenas 41 anos de idade.

Após sua morte, a fama de Kovalevskaya se espalhou como fogo, tornando-se quase um mito. Claro que, para um ministro russo chamado Pyotr Durnovo, não era grande coisa, porque "eles estavam prestando muita atenção a uma mulher que, afinal, era um niilista"

Além de seu trabalho matemático, Sofia escreveu artigos científicos e outros temas, como o teatro, e até mesmo publicado um par de romances: "Memórias da Juventude" (1890) e "Mulher niilista" (1892) Como todos os niilistas, acreditava que a divulgação das ciências e das artes era uma atividade revolucionária, uma maneira de fornecer armas para acabar com a monarquia popular e classes , para fazer a revolução.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

...você não agiu, você decidiu... Punk só morreu pra quem não o viveu...

...o punk (ou pelo menos a minha pessoa) não defende nenhuma uniformidade, costume ou culto
a arquétipos e estereotipos...
... mas muitos "abdicam" do radicalismo acreditando serem tão "criativxs" e de "essencia pessoal"
criticando, alguns ofendidxs e preconceituosxs, com pretensas e descaracterizadas
"resistências" ou "posturas" de "não" rotulação ou "não" definição de "grupo" e estetica
pessoal, com sindromes(?) de inferioridade/superioridade a cultura descarada PUNK, para
terem alguma aceitação e se aventurarem nos ditos "meios sociais" ou que isso não impeça
suas façanhas amorosas...
..tratam o PUNK como uma fantasia (e muitos panques tbm o fazem) e não um comportamento
amargo e diverso de carcteres dinstintos e pessoais, feita sua cara pelas proprias pessoas
PUNX...

...o ato, então, de irresponsabilidade para com o civilizado habito de vestir-se e agir,
não o é uma forma voluntaria, autonoma e prazerosa???

...reduzir pessoas ao seu visual é tipico de pessoas inferiores/superiores, que se
vangloriam de suas vantagens intelectuais/sociais... pois que fiquem com elas..
..que fiquem com suas eternas desculpas mediocres e relações mediocres, deixe a
descaracterização social e degeneração marginal para o PUNK...

...façamos nossos zines...façamos nossas musicas...
...façamos nossa estetica, não só um visual, mas uma forma de resistencia, ruptura e contraponto...
uma postura/identidade que vai além de vestimentas e falacias, que negue o pré estabelecido, a não ser por nossas proprias carcaças, afinidades e vontades...
..vivamos nossas atividades culturais e politicas...




sábado, 22 de novembro de 2014

Intoxicação Religiosa

...uma sociedade que acredita mais em um deus imaginario do que em seu vizinho com quem esbarra todos os
dias, uma sociedade intoxicada de crendices "primitivas" e misticismos "baratos" que possuem peso de lei...

Ver todo Mal, ouvir todo Mal e resistir a todo Mal

"temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes
quando nossa igualdade nos descaracteriza."

Boaventura de Souza

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Triste Imagem

e é de se admirar esse tal mundo novo
o robô não é feito mais de lata
a maquina tem cerebro e é de carne e osso

Aero venena

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

" COM AMOR É MAIS CARO


Simples assim. Como uma vítima de abuso, uma prostituta voluntária (de mau-grado), tanto fazia. Augusta somente recebia as ordens e as obedecia passivamente. Se permitia ser tocada em cada zona proibida do seu corpo; a sensação era boa, pelo menos. Augusta ofegava, gritava, gemia, reagia a cada carícia e a cada violência com uma exaustão satisfatória. E ria, sussurrava, se contorcia, mordia forte os lábios, sendo agradável aos sentidos mais perversos. Claro que protegia, porém, as partes mais íntimas: que nunca se aproximassem do seu coração, pelo amor de Deus; que ela tinha uma pele forte, uma carne firme, mas seu coração não. A casca endurecida dele era finíssima, como uma folha de papel, e resistente apenas na aparência. Augusta sangrava facilmente. Augusta tinha uma alma em frangalhos e uma mente corrompida. Que a tocassem, então; que a usassem como costumavam fazer. Ela gostava. Não que esse gostar queira dizer que não doía, que ela não chorava. Doía. Augusta chorava.
Era a obrigação dela se divertir. Era a escrava da alegria e do bom-ânimo, que sorria para os garotos e garotas bonitas nos corredores escuros e os induzia a lhe pagar uma ou duas doses, acender seu cigarro. Augusta se recostava à parede, umedecia os lábios entre uma tragada e outra; ou sentava-se ao chão, a garrafa de cerveja entre as pernas de índio. Nunca era a mais bonita da festa, disso ela sabia, mas ela estava ali. Podia iludir-se com a sensação de ser boa, de ser desejada por alguns segundos, mesmo que em segundo plano. Fechava os olhos enquanto beijava um imbecil ou outro e fingia que aquele era um rapaz adorável, que ela o queria, que ele a adorava, que eles sairiam dali com as mãos dadas e talvez ele até enviasse uma mensagem na manhã seguinte. Augusta era uma sonhadora boba, dolorida e substituta. 
Se deixava levar para algum canto mais escuro, era consumida pelas sombras, por um desejo efêmero, um prazer imediato, sabendo que diriam horrores sobre ela. Mas Augusta também pensava horrores sobre ela mesma, e era isso que ninguém sabia. E era isso que doía tanto. 
Mas tudo bem, ela era uma menina (uma menina, não uma mulher, mesmo que ninguém percebesse) bem prevenida. Levava sempre na bolsa: um maço de cigarros, o bilhete do ônibus, camisinha, algum dinheiro, as chaves e uma máscara de falso amor-próprio. "



domingo, 16 de novembro de 2014

A ordem não é absoluta

estão nas favelas e nas ruas, são os desempregados crônicos, aqueles que foram expulsos da
esfera do trabalho por estarem “desatualizados”, ou que não têm mais para onde ir, pois não
podem mais seguir o fluxo de imigração para países que exploração de mão de obra estrangeira.
São os mendigos, os loucos, os pobres, os drogados, aqueles que fogem do padrão da
sexualidade, são todos os que estão fora da construção da ordem, são os que realizam
o contrário, que desfazem a ordem, que dão indícios de que ela pode ser quebrada ou de
que ela não é absoluta.

há uma nova forma de exclusão, a forma que advém particularmente da globalização: a
exclusão do não-consumidor. Aquele que não consome já não é parte do esforço de
construção da ordem, já que a ordem tem lugar cativo para os grandes consumidores,
para os gastadores compulsivos e para aqueles que querer “exercer sua liberdade” por
meio do consumo de serviços e produtos que demonstrem suas escolhas em todas as esferas
da vida. Os que não consomem não podem ficar no espaço social.

O não-consumidor é o novo estranho, o ambivalente, aquele que não pode ser localizado em
nosso mapa cognitivo, que, na verdade, atrapalha seu funcionamento, que mostra suas condições
errantes, sua incapacidade de abarcar o todo. Esses estranhos são absorvidos e
“domesticados”, ou completamente eliminados. O novo racismo não é o da caça e da morte
do estranho, mas é o da separação e da “culturalização” da essência.

Agora não se trata de uma essência biológica, mas de uma essência cultural.
Os novos racistas imputam uma cultura fixa a cada grupo específico e promovem a
separação total destas, as hierarquizam de maneira que o branco “tem a cultura superior”.

a tática de absorver e domesticar não é menos autoritária que a prática dos regimes
totalitários de morte e exclusão. Para ele, a destruição daquilo que é a identidade do
sujeito é um movimento autoritário e forçoso de eliminação do sujeito. Como não se pode
mais matar, então é necessário ter ambientes certos para a absorvê-lo e reeducá-lo, como
a escola, a igreja, ou as prisões e as favelas. É necessário normatizar o estranho.

Em nossa época, o medo se espalha como uma malha infinita. Os meios de comunicação tem
um papel privilegiado, pois transmitem os objetos do medo de forma mais rápida e brusca
que o próprio objeto poderia se transmitir, vide a Al-Qaeda após o 11 de setembro.
É na televisão onde os programas telejornalísticos banalizam os medos e, ao mesmo tempo,
fazem vibrar o alarme da “violência local” e da “violência global”.

uma das formas de exercer o poder eficientemente é controlando as incertezas.
O grupo que controla as incertezas, que detém o controle da decisão e que, por sua vez,
prevê todos os movimento sem ser previsto por nenhum outro grupo, este grupo consegue,
também, decidir em quais momentos a sociedade deve ter medo (como nos Estados de Sítio
eternos) e quando deve ficar calma e pacífica, como nas tentativas neoliberais de acalmar
a tensão entre os miseráveis garantindo que poderão ascender na hierarquia social, desde
que trabalhem o bastante para isso.

segurança é aquilo que constitui o sujeito, a segurança (e a insegurança) são inscritas no
sujeito em toda sua socialização. É algo que forma o sujeito. Isso significa que a segurança
tem a ver com algo que nós não escolhemos, mas que é a base para nós escolhermos outras
coisas. Somos inseguros quando checamos o celular de nossos parceiros para saber se estão
nos traindo. Já a proteção tem a ver com aquilo que você compra ou acumula para guardar a
integridade física. Proteção são câmaras, coletes à prova de balas, bunkers e etc e etc.

A futilidade, o consumismo e a incerteza são constitutivos e devem ser combatidos sabendo
que eles fazem parte de nós...

Zygmunt Bauman


Ela é o que faz o sangue ferver... gritando a flor da pele!


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

publikação oküpa pé diy kabra



Nós destruidores? E estes automóveis perguntamos?
Vamos na raiz do assunto.

Deste mundo plastico sustentado a base de destruição do mundo natural, da escravidão de tudo que é vivo numa corrida suicida de edificação deste pesadelo vivido por todos e tudo que ilumina esta noite.
Pesadelo forçado através de uma maneira de viver em hostilidade, hostilidade com a terra, com todos animais, entre seres humanos. E como não seria diferente o luxo e a miséria são antagônicas, desprezam o equilíbrio. A sociedade que nada mais é que este amontoado humano que formamos, está assentada numa declaração de guerra, pondo a vida de todos e tudo a serviço do funcionamento de um sistema que alimenta o engorde de alguns parasitas que habitam escritórios, gabinetes, templos, telas de TV, ambientes climatizados, legalizados por suas leis, defendidos por sua polícia e seus obedientes cidadãos.

... com o espetacular desenvolvimento e assim são todas as cidades com as luzes o fuscantes do capitalismo industrial atropela cada vez mais vidas, sonhos e ecossistemas.
Pressa, pressa, pressa, pressa para produzir mais e mais, cava todos os leitos de rio, perfurar todos os cantos da terra, derrubar a mata, plantar eucaliptos, pinhos, alimentos envenenados.
pressa para fazer cimento, hidroelétricas, estádios de futebol, estradas, carros, nosso pesadelo.
Não contem com nós.
Jamais haverá paz no transito! jamais haverá paz nessa maneira de viver!

Filhxs da rebeldia irmanadxs no ódio a este pesadelo.

* 16 paginas, capa silkada, textos sobre: estrutura e natureza da propriedade, entrevista com coletivo Tranca Rua, importância dos espaços coletivos, Centro Social Okupado e Biblioteca Sacco Y Vanzetti, ação anarquista vivenciada no mexico nos últimos tempos, Okupa Y Resiste...
DOWNLOAD:
http://www.4shared.com/rar/PjTft2Vxce/publikao_okpa_p_diy_kabra.html? 

Disponível para trocas, de quem faz pra quem faz!!
Faça tu mesmx ou morra!!!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Distribuidoras ou lojinhas?


sobre material.

               Distribuidoras ou lojinhas?

Ao ouvir a palavra distribuidora, me vem a cabeça, cooperativas para a difusão da cultura
PUNK, no meio PUNK.
Quer dizer, na troca de zines feitos pelos mesmos, projetos anti-musicais, jornais, videos,
materiais de expressão subversiva. O objetivo é a troca de informações, a expansão, os
meteriais circulando, e nunca o lucro, como vejo por aqi (comerciantezinhos travestidos de
alternativos subversivos).
Várias distros, ontem e hoje obtém lucro em cima de produções de outras pessoas, como gravação
em cd-r (mas tbm em k7, zines, livros, camisetas) que tem custo de R$1,00 a R$1,50, o vejo
sendo vendidos a preços inacreditáveis R$10,00, R$20,00 (ai vejo que são comerciantes mesmo).
Muitos sem encarte, e até mesmo sem as realações, apenas vendem o som. Elevam o preço se gabando
em ser cd, qualidade maior. Mas não me venha com desculpas, o PUNK não se vende, não está a
venda, não tem preço. A troca hoje caiu em esquecimento, mas ainda resiste. A venda de
materiais da cultura PUNK, é feita a qualquer um que apreça com uma certa quantia de dinheiro,
sem uma minima troca de idéia sobre o que fala. de onde vem. E sempre acaba caindo na mão das
pessoas que não tem nada a ver, não tem nem mesmo uma opnião de que vem a ser o PUNK, está na
mão dele porque gostou, então comprou. E este material se perde, como um pedaço de papel sendo
sendo levado pelo vento em meio ao caos da cidade. É deprimente ver o PUNK sendo entregado
facilmente, se queres informação, troca de idéias, mostre-se interssado, corra atrás.
O PUNK não será entregue de mãos dadas.

Vocês querem viver o PUNK ou viver do PUNK?

PUNK NÃO SERÁ VENDIDO!!!!

sábado, 1 de novembro de 2014

Cultura Marginal zine

Liberdade de expressão

Dos guetos brota a arte.
A tinta ganha os muros e mãos
Habilidosas dão cores aos locais
Onde havia somente o concreto das construções,
Tudo muda através da vontade dx artista urbano.
O grafiteirx solitárix em seu conjunto de cores,
Faz acontecer uma viajem, levando para
Um mundo de cores e possibilidades.
Da sua visão nascem personagens
E historias que atingem seus
Pensamentos mesmo sem perceber.

Autor desconhecido ou desaparecido






terça-feira, 28 de outubro de 2014

D.I.Y. do it yorself / faça você mesmx / halo tu misma / faru vi men


PUNK contestação e atitude!!! Pela vida e não por pose!!!

...o PUNK no que diz respeito a PUNX realmente envolvidxs/coerentes com uma proposta/postura/movimentação sincera, de vivência radical, contestadora, combativa e marginal (na minha opinião) vem evoluindo bastante e desconstruindo muita mesmice/clichês/padrões enraizados nessa sociedade humana medíocre... mas no geral/a “grande massa” que se diz “PUNK” (se é que são realmente PUNX) estão afundadx num enorme fosso de bosta... muitos ditos “PUNX” ainda estão presos em um ciclo de vícios sociais e pré-conceitos dessa socialização humana medíocre em que vivemos, sem um mínimo de questionamentos e autocríticas ao sua própria mediocridade, sem nenhuma ruptura real a socialização imposta desde que nascemos, reproduzindo eternos chavões e respostas prontas, embutidas em seus egos, para o que lhe é desconhecido de fato, com criticas infundadas sobe outros e outras posturas/lutas/movimentações que não são as suas ou que não lhe dizem respeito, colocando o radicalismo de lado ou usando o mesmo como forma de se prevalecer sobre outros reproduzindo a opressão que tanto combatemos e muitos/alguns acéfalos inclusive chegam ao cumulo de negar o radicalismo o confundindo com fanatismo... 

...o que o radicalismo representa para nós PUNX??? 
Vivenciar o punk a cada respirar com intensidade, auto aprofundamento, coerência, ruptura com padrões impostos, negação de valores pré-estabelecidos, identidade própria, desconstrução cotidiana de socialização que nos foi imposta e visão crítica e autocrítica, mas também respeito a uma pluralidade que não nega as bases do punk, a sua essência...

...e quais são as bases/princípios do punk????
faça você mesmo, liberdade/respeito, vivência igualitária, anti-fascismo, androginia/ruptura com socialização de gênero, anti-consumismo/capitalismo, não comercialização da cultura punk, combate a opressão, anti-patriarcado, que é a base dessa sociedade castradora, e suas ferramentas, machismo, identidade de gênero, sexismo...

...mas infelizmente (nem tão infeliz, se você tiver um mínimo de pessimismo perante o que se tornou o ser humano ou sempre foi), na pratica a uma grande parte de “PUNX”, principalmente na imensa mediocridade que é as redes sociais da internet, quando se trata de assuntos sérios, elxs cagam palavras e defecam “atitudes”... comentários absurdos, sem um mínimo de embasamento pelo menos teórico... tipo chamar outrxs punx de mestres por serem mais antigxs o bons/boas em alguma coisa, cultuar visuais e bandas ao ponto de saberem que essas bandas compactuam com nossxs inimigxs ou se tornam nossxs inimigos e fecharem olhos ou usarem eternos argumentos tipo: mas a banda é boa, é das antiga.... invisibilizar/calar mulheres e pessoas mais novas...

...um assunto que recentemente me chamou atenção foi a comparação/afirmação de que machismo e feminismo são a mesma coisa... será que isso que é radicalismo???? falar do que não se conhece ou se vivência um mínimo possível???
...porque tremenda asneira só pode vir da ignorância e ignorância nada tem a ver com radicalismo!!!
...desde que me entendo por PUNK (e já tem um tempinho), Punk e Feminismo (nas suas vertentes mais radicais) sempre caminharam juntos ou pelo menos próximo...
...longe de mim de defender ou falar em nome de/do feminismo e feministas (isso cabe a elas, é uma luta de mulheres e para mulheres... como o PUNK só diz respeito a PUNX...)
...é só ler um pouco e conhecer algumas feministas radicais na pratica que se vê uma imensa afinidade de propostas, luta/combate, ruptra e desconstrução de socialização opressora...
...o que os PUNX buscam como ruptura, combate e negação???
a socialização e regras castradoras da sociedade humana como conhecemos!!!
...e quais são as bases/pilares dessa sociedade???
o patriarcado, capitalismo, dogmas religiosos (um sendo base/pilar para os outros também)!!!
...quem é o pilar do patriarcado???
o ser humano socializado macho/homem (que também é o pilar da instituição familiar, com toda sua hierarquia calcada no macho dominante, e que por sua vez é um dos pilares dessa sociedade castradora)!!!

...as diferenças ideológicas, filosóficas e práticas existem??? Sim e podem ser muitas... mas as afinidades também... e o PUNK tem como base pelo menos apoiar os oprimidxs (mesmo que não lute juntos)... e quer mais oprimidx que as mulheres, em todos os níveis e culturas!!!
...bastamos olhar pra o nosso próprio rabo, nossa própria movimentação de PUNX cheias posturas divergentes (raw, crusts, anarcos, nihils, hardcores, dadaístas, pessimistas) mas todas com algo em comum, a essência do PUNK...
...esse tipo de argumentação bosta (de que feminismo é igual machismo), é as mesmas dos que dizem que anarcopunk é anti punkhardcore e vice versa, que niilista são anti anarco é vice versa... 
já ouviram falar em niilismo ácrata e anarco terrorismo ou anarquismo anti-social; as diferenças são mínimas, formas de ação e o objetivo os mesmos, a ruptura e se possível destruição dos valores e dessa sociedade castradora humana...

...não almejo uniões castradoras e que visem quantidades em vez de qualidades... criemos nossas próprias relações e afinidades... que existam vários núcleos e focos de resistência e ruptura combativa... mas se houver respeito, pode também haver um rede de informações e intercâmbios livres de obrigações castradoras coletivas, que seja baseada na livre movimentação espontânea, individual e por afinidades...
...antes de escarrar em outros “ismos” reveja seus dogmatismos e sectarismos...

PUNK contestação e atitude!!! Pela vida e não por pose!!!



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Amor protesto y odio

..pra quem é punk, e não comedias que se escondem/travestem atrás do punk...

Intro
a mais ou menos "...anos atrás" ecoou os gritos de revolta de uma juventude odiosa 
negando os valores sujos de uma sociedade puritana, conservadora e massificadora de opniões 
de lá para cá o ódio tomou varias formas e hoje buscamos radicalmente direcionar esse ódio em um alvo preciso 
nossa vida é um exemplo pratico que estamos conseguindo desenvolver nossa autonomia e nossas atitudes são movidas pelo inabalável tesão de ser livre
nossa produção é a prova que mesmo a margem do liquidificador da mesmídia
podemos ser criativos, originais e kontra-kulturais
a cada dia estamos criando as estruturas necessárias para que nossa força tome forma
sejamos nós mesmos o tempo todo
uma arma mortal ao cotidiano embrutecedor
que nosso rechaço realmente cause estrago as engrenagens...


sábado, 16 de agosto de 2014

Ego x Eco

A saúde do planeta definha enquanto a linguagem oficial oculta as responsabilidades ao proclamar: "Somos todos responsáveis".

Toda a humanidade paga pelas consequências da ruína da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento das águas, do enlouquecimento do clima e da destruição dos recursos naturais. Entretanto, as estatísticas revelam que apenas 25% da humanidade comete 75% dos crimes contra a natureza. E se compararmos o norte ao sul, cada habitante do norte consume 14 vezes mais papel e 13 vezes mais ferro e aço. Cada norte-americano lança para o ar, em média, 22 vezes mais poluentes que um indiano e 13 vezes mais que um brasileiro.

As empresas com mais sucesso são também as mais eficazes contra o nosso planeta. Os gigantes do petróleo, os aprendizes de feiticeiro da energia nuclear, a biotecnologia e as grandes empresas que fabricam armas, aço, alumínio, automóveis, pesticidas, plásticos e muitos outros produtos sabem bem derramar lágrimas de crocodilo pela natureza. No entanto, estas empresas são as que mais dinheiro ganham com a ruína do planeta. São também as que mais dinheiro gastam: na publicidade, que converte a contaminação em filantropia, e nas ajudas aos políticos que decidem sobre o futuro do mundo.


Ele está falando sério?



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

As Vozes do Mudo


Fique a vontade para entrar no mundo adulto da violência gratuita, do grande plano de manipulação (...) da covardia sem limites, do esfacelamento de famílias, do rio de sangue temperado com baixa estima, e das vielas cheias de corpos cansados demais para entender a difícil engrenagem de uma sociedade fantoche. Veja em primeira mão os hematomas, os meninos que apanham do soldado que é pago para dar segurança e proteção ao povo espancado (...) um grande circulo vicioso, que alimenta a cadeia de parasitas que a própria justiça nunca alcançará. Além dos condomínios existe vida real, há muito tempo falamos, ninguém ouviu, não entenderam ainda o que queremos. Respeito. 

 

Ferrez

 

As Vozes do Mudo - Uma antologia minima de Ferréz, Marçal Aquino e Paulo Linz

 



 



quinta-feira, 3 de julho de 2014

Punk: Cultura e Arte/squatt pomba negra



A cultura punk supõe uma série de referências subversivas. Ela se
manifesta em todos os momentos da socialização de um punk. Na roupa
que veste, nos seus adereços, nas inscrições que grava nas ruas, nos seus
poemas, informativos e na música e o próprio uso dos objetos, a forma como
os produzem e os fazem circular portam significados.

estética punk que extrai do lixo, da desesperança a sua linguagem. Tudo isto
faz parte inclusive, da apresentação do visual punk que transforma o corpo
em arte, mas não em arte burguesa, um corpo que passa por uma plástica
letal, é o corpo-lixo, resto, que se destaca na paisagem, se arrasta com
sua "magreza" cadavérica, sua palidez, seus trajes sujos e incomuns e que
nesta fantasmagoria de seres mortos/vivos incomodam quando invadem
o espaço limpo da burguesia, com seus modos rudes e sarcasmos.

o punk avança em relação aos demais movimentos sociais contemporâneos no que diz respeito à
proposta de fazer da política uma experiência de todo dia, de fazer da privacidade
do ambiente doméstico o ponto de partida da política e de com
isto, deslocar a política do Estado como lugar privilegiado.

Ivone Cecília D’Ávila Gallo
(livreto) Punk: Cultura e Arte

...esse "livreto" fala um pouco sobre a okupação/squatt POMBA NEGRA que aconteceu em campinas/SP entre 2000 e 2004...

* ... a imagem a cima  é do  2º zine do squatt pomba negra, quem tiver interessado no zine(s), entre em contato, só trocas (o zine)...