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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Publikações Marginais está agora em :

 Depois de 10 anos usando o blogspot, Publikações Marginais a partir de agora migrou para wordprees.com, com todas as postagens feitas anteriormente aqui, + a partir de agora todas novas postagens somente em Publikações Marginais...




 

sábado, 12 de outubro de 2019

Crônica subversiva 2 - info 2018

Que fique claro que estamos contra a apropriação mercantilista de nossos mortos, eles não descansam em paz, não são inocentes,
nem mártires que possam virar lembranças mercantis, eles são inimigos da dominação e seguem em pé de guerra!

...contra os ilustres que tomam decisões sobre a economia global, ou seja aqueles que assinam leis e tratados estatais-empresariais que
saqueiam, dominam e escravizam a terra, animais, pessoas e tudo que para eles pode significar dinheiro.

A morte caminha com nós que odiamos a civilização.Ela não nos apavora nem nos desperta dilemas espirituais,tremendo sobre o momento em que nos encontre.
A morte caminha com nós os inadaptados, como caminham conosco nossos mortos, eles nos protegem sabendo que não temos medo dela.
A morte tem estado do nosso lado, ancestralmente, nos combates com nossos vizinhos, antigos povos guerreiros.
Na entrada de novos tempos, ela também chegou imposta pelos dominadores e temos afrontado séculos de ter a morte não somente conosco, mas contra nós.
A pesar disso, soubemos sair fortalecidos.
Inversamente, aqueles que impõem a morte sentem cada vez mais medo dela e até preferem nem falar dos mortos.
No entanto, xs mortos estão junto, como as montanhas que antes foram guerreirxs, como a onça que antes era o sábio e agora caminha na mata, como o Punky Mauri que segue sendo
o compa que impulsiona, inspira, e sai conosco pelas noites.
O dia do caos chega. Os corpos saem no encontro do inominável, do que quebra as correntes reais e mentais, a ação de sabotagem e destruição, o reencontro com a guerra
declarada contra os que chegaram para nos impor a morte.
Sorridentes, saímos das batalhas e num gesto de profundo afeto, mandamos nosso sentir de vida e de total rejeição ao que oprime, em acenos diversos, palavras em
línguas até desconhecidas.
O caos cobra sentido, pequenos, inesperados e efetivos golpes que a maquina recebe de um lado e outro.
Mais vivos do que nunca, agindo assim e nos encontrando, procuramos que viva a anarquia.


Da boa e má reputação

Compreenderá, agora, meu amigo,
que, para uma pessoa inteligente,
não pode haver pior castigo,
mais duro e inclemente,
que o duma boa reputação,
atribuída pelos donos de armazém,
que envenenam e nos roubam no pêso,
e pelos filhos da mãe,
que nos levam preso.
Tenho por isso a opinião
de que devemos sempre fomentar,
à nossa volta,
como prudente escolta,
uma salutar
atmosfera de má reputação,
que permita manter-nos sempre sós,
intactamente nós,
distantes do louvar das multidões
dos imbecis,
dos vis,
dos Catões.

Roberto das Neves
Assim cantava um cidadão do mundo (1952)


Por favor não tenham medo
Por favor não tenham medo. Santiago não apareceu boiando no rio porque "pensava diferente", não esteve desaparecido todos estes dias por postar automaticamente a mesma pergunta no Facebook. Ele estava paralisando uma estrada, com seus compas; eles estavam encapuzados confrontando à Gendarmeria que trabalha sob o mandato dos ricos deste ou de qualquer outro país. E faziam isso não porque eles acharam uma boa ideia, mas porque trata-se da luta da humanidade contra o capital desde
que ele existe. A maior parte da gente que hoje reclama por ele o teria acusado de infiltrado.
Mas, eles não reclamam por Santiago, reclamam por mais leis, mais Estado e mais controle, eles
reclamam por sua segurança para manter tudo na ordem. Mas eu insisto, que ninguém sinta medo, se não se envolvem em nada, nada vai-os acontecer. Aquilo de "alguma coisa terão feito...", é certo. Não apresentem aos assassinados pelo Estado como se fossem ingênuos e inofensivos cachorros, porque eles morreram lutando.
Aos companheiros e companheiras., não tenham medo, estamos juntos.

Palavras do Facundo Jones Huala, 21 de outubro de 2017.
(retirado do Manual de Poesia n° 1)


sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Desgraça - split Mijando Canivete e Dislexo - k7


Split que catei num role caótico de duas semanas pelas ruas BH entre 2000 e 2001, inclusive rolando uma okupa que durou poucos dias, perdas de mochilas pra policia e vários roles caóticos e chapações... 
Dislexo banda dos manxs (na época Leandro, Mafalda e Rato) de Aracruz-ES (ver: Dislexo - Usina de desespero - K7), fazendo um hardcore rápido e sujo, em  6 faixas...
Mijando Canivete de BH, do mano Bill e cia... fazendo um hardcore/noisecore bastante influenciado em Cripple Bastard, com 13 faixas, sendo 4 covers da Cripple Bastard, 1 da Sin Dios e  1 da Execradores...
Gravação feita de forma total faça você mesmo, se não me engano as duas bandas gravaram no mesmo local em BH, quando os manxs da Dislexo estavam de rolê por lá na época...
Contém encarte simples com algumas informações, mas não contém as letras...

*Trocas/escambos dentro da cultura Punk como uma forma de incentivar o contato direto e de "acabar" com certa comodidade existente que muitos se acostumam sempre a buscar materiais de forma fácil (comprando, baixando, "roubando"(?)...) e não se incentivam a correr atrás e produzirem também... Faça Você Mesmx sempre!!!

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Não Pare no Veganismo! Zine/informativo

      nao pare no veganismo
     O veganismo, enquanto ideologia libertária e emancipatória, coloca a questão da libertação animal com o fim da exploração, escravidão, morte e apropriação dos animais, de seus corpos e de suas vidas.

      Porém, como levar essa ideologia sem lutar pela emancipação humana? Seria verdadeira e válida uma empatia por animais deixando de lado o respeito pelas pessoas? Não porque os humanos e suas causas são “superiores”às dos animais, mas simplesmente porque aquele que não enxerga a necessidade de reforçar a luta contra todos os tipos de opressão e seleciona sua empatia não tem uma
vontade real de enfrentar essa opressão. Ou seja, no caso do veganismo, não há como ser abolicionista sem, no mínimo, interseccionar com outras lutas, aquelas pela emancipação
das minorias e dos grupos historicamente marginalizados e privados de direitos.

     O “ativista” vegano que não enxerga essa conexão pode sentir, no máximo, pena, dó, simpatia pelos animais, e não ter um verdadeiro olhar profundo e crítico sobre o que leva a humanidade a apropriar-se de tal maneira dos animais. Muitos não querem enxergar questões cruciais nessa luta como a mercantilização e banalização dos corpos e da vida, a sociedade de consumo, o modo de produção... Pelo contrário, acabam reforçando tudo isso, restringindo seu
veganismo apenas à alimentação e fazendo isso de maneira extremamente elitista e consumista, movimentando mercados de industrializados, da soja (apesar de quase insignificante essa quantidade de soja perto daquela consumida pela indústria da carne, porém é uma crítica), de produtos que
poucos têm acesso, tanto pelo preço elevado quando pela dificuldade de encontrar. O que há de libertário nisso?

     Sim, é totalmente válido na questão de mostrar respeito à vida dos animais, porém colocar-se como militante de uma causa sem analisar profundamente esses fatores é problemático. Será que basta apenas mostrar que boicota os produtos que contém os derivados dos animais e que não os
coloca em seu corpo, porém reforçar tantas indústrias, mercados e, principalmente, ideologias que vão contra a construção de uma sociedade emancipada?
   
     Quanto à questão do consumo das indústrias, uma coisa precisa ser esclarecida dentro dessa crítica: não tem como sugerir que simplesmente boicotemos tudo, afinal, estamos sujeitos a um
modo de produção, a uma lógica de mercado, e não cabe cobrar de todos que vivam às margens desse sistema. Sim, é possível reciclar de feiras, fazer hortas urbanas, comprar direto com
produtores e outras formas mais interessantes de consumo ou reaproveitamento, porém dentro da realidade dos trabalhadores nem todos têm tempo e informação pra isso, mesmo aqueles que
desejam seguir uma ideologia. Ser militante não é se abster de tudo e ter uma vida totalmente alternativa porque isso está simplesmente fora de questão se é necessário realizar atividades rotineiras
como trabalho e estudo. Portanto, a crítica sobre o consumo é àqueles que restringem seu veganismo a produtos alimentícios caros, importados e inacessíveis, e só fazem isso.
   
     E sobre a questão ideológica, uma grande problemática é a reprodução de outras formas de opressão por aqueles que se dizem dentro de uma ideologia libertária.

     Racismo, machismo e elitismo são inaceitáveis em qualquer lugar, e principalmente dentro de espaços que deviam ser de luta contra sistemas de dominação.
Impossível conciliar veganismo com qualquer preconceito.
E não basta achar que “não sou preconceituoso”, é necessário realmente colocar-se em um lugar de luta e de empatia de verdade, mesmo apenas ouvindo a vivência de
grupos oprimidos, principalmente para aqueles que carregam privilégios dentro dessa sociedade.

     Por isso, não pare no veganismo!
     Um veganismo sem aliar-se às outras lutas é vazio, elitista, sem propósito. Boicotar para mostrar posição é válido, é necessário, mas não se chega a lugar nenhum e não se constrói nenhuma nova concepção de sociedade assim.

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