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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A FLOR E A NÁUSEA

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

 

sábado, 13 de dezembro de 2014

MONÓLOGO DE UMA SOMBRA



“Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!
A simbiose das coisas me equilibra.
Em minha ignota mônada, ampla, vibra
A alma dos movimentos rotatórios...
E é de mim que decorrem, simultâneas
A saúde das forças subterrâneas
E a morbidez dos seres ilusórios!
Pairando acima dos mundanos tetos,
Não conheço o acidente da Senectus
— Esta universitária sanguessuga
Que produz, sem dispêndio algum de vírus,
O amarelecimento do papirus
E a miséria anatômica da ruga!
Na existência social, possuo uma arma
— O metafisicismo de Abidarma —
E trago, sem bramânicas tesouras,
Como um dorso de azêmola passiva,
A solidariedade subjetiva
De todas as espécies sofredoras.
Com um pouco de saliva quotidiana
Mostro meu nojo à Natureza Humana.
A podridão me serve de Evangelho...
Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
E o animal inferior que urra nos bosques
É com certeza meu irmão mais velho!
Tal qual quem para o próprio túmulo olha,
Amarguradamente se me antolha,
À luz do americano plenilúnio,
Na alma crepuscular de minha raça
Como uma vocação para a Desgraça
E um tropismo ancestral para o Infortúnio.
Ai vem sujo, a coçar chagas plebéias,
Trazendo no deserto das idéias
O desespero endêmico do inferno,
Com a cara hirta, tatuada de fuligens,
Esse mineiro doido das origens,
Que se chama o Filósofo Moderno!
Quis compreender, quebrando estéreis normas,
A vida fenomênica das Formas,
Que, iguais a fogos passageiros, luzem...
E apenas encontrou na idéia gasta,
O horror dessa mecânica nefasta,
A que todas as coisas se reduzem!
E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes,
Sobre a esteira sarcófaga das pestes
A mostrar, já nos últimos momentos,
Como quem se submete a uma charqueada,
Ao clarão tropical da luz danada,
O espólio dos seus dedos peçonhentos.
Tal a finalidade dos estames!
Mas ele viverá, rotos os liames
Dessa estranguladora lei que aperta
Todos os agregados perecíveis,
Nas eterizações indefiníveis
Da energia intra-atômica liberta!
Será calor, causa úbiqua de gozo,
Raio*
X, magnetismo misterioso,
Quimiotaxia, ondulação aérea,
Fonte de repulsões e de prazeres,
Sonoridade potencial dos seres,
Estrangulada dentro da matéria!
E o que ele foi: clavículas, abdômen,
O coração, a boca, em síntese, o Homem,
— Engrenagem de vísceras vulgares —
Os dedos carregados de peçonha,
Tudo coube na lógica medonha
Dos apodrecimentos musculares!
A desarrumação dos intestinos
Assombra! Vede-a! Os vermes assassinos
Dentro daquela massa que o húmus come,
Numa glutoneria hedionda, brincam,
Como as cadelas que as dentuças trincam
No espasmo fisiológico da fome.
É uma trágica festa emocionante!
A bacteriologia inventariante
Toma conta do corpo que apodrece...
E até os membros da família engulham,
Vendo as larvas malignas que se embrulham
No cadáver malsão, fazendo um s.
E foi então para isto que esse doudo
Estragou o vibrátil plasma todo,
À guisa de um faquir, pelos cenóbios?!...
Num suicídio graduado, consumir-se,
E após tantas vigílias, reduzir-se
À herança miserável dos micróbios!
Estoutro agora é o sátiro peralta
Que o sensualismo sodomista exalta,
Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo...
Como que, em suas células vilíssimas,
Há estratificações requintadíssimas
De uma animalidade sem castigo.
Brancas bacantes bêbedas o beijam.
Suas artérias hírcicas latejam,
Sentindo o odor das carnações abstêmias,
E à noite, vai gozar, ébrio de vício,
No sombrio bazar do meretrício,
O cuspo afrodisíaco das fêmeas.
No horror de sua anômala nevrose,
Toda a sensualidade da simbiose,
Uivando, à noite, em lúbricos arroubos,
Corno no babilônico sansara,
Lembra a fome incoercível que escancara
A mucosa carnívora dos lobos.
Sôfrego, o monstro as vítimas aguarda.
Negra paixão congênita, bastarda,
Do seu zooplasma ofídico resulta...
E explode, igual à luz que o ar acomete,
Com a veemência mavórtica do ariete*
E os arremessos de uma catapulta.
Mas muitas vezes, quando a noite avança,
Hirto, observa através a tênue trança
Dos filamentos fluídicos de um halo
A destra descarnada de um duende,
Que, tateando nas tênebras, se estende
Dentro da noite má, para agarrá-lo!
Cresce-lhe a intracefálica tortura,
E de su’alma na caverna escura,
Fazendo ultra-epiléticos esforços,
Acorda, com os candeeiros apagados,
Numa coreografia de danados,
A família alarmada dos remorsos.
É o despertar de um povo subterrâneo!
É a fauna cavernícola do crânio
— Macbeths da patológica vigília,
Mostrando, em rembrandtescas telas várias,
As incestuosidades sanguinárias
Que ele tem praticado na família.
As alucinações tactis*
pululam.
Sente que megatérios o estrangulam...
A asa negra das moscas o horroriza;
E autopsiando a amaríssima existência
Encontra um cancro assíduo na consciência
E três manchas de sangue na camisa!
Míngua-se o combustível da lanterna
E a consciência do sátiro se inferna,
Reconhecendo, bêbedo de sono,
Na própria ânsia dionísica do gozo,
Essa necessidade de horroroso,
Que é talvez propriedade do carbono!
Ah! Dentro de toda a alma existe a prova
De que a dor como um dartro se renova,
Quando o prazer barbaramente a ataca...
Assim também, observa a ciência crua,
Dentro da elipse ignívoma da lua
A realidade de uma esfera opaca.
Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,
Abranda as rochas rígidas, torna água
Todo o fogo telúrico profundo
E reduz, sem que, entanto, a desintegre,
À condição de uma planície alegre,
A aspereza orográfica do mundo!
Provo desta maneira ao mundo odiento
Pelas grandes razões do sentimento,
Sem os métodos da abstrusa ciência fria
E os trovões gritadores da dialética,
Que a mais alta expressão da dor estética
Consiste essencialmente na alegria.
Continua o martírio das criaturas:
— O homicídio nas vielas mais escuras,
— O ferido que a hostil gleba atra escarva,
— O último solilóquio dos suicidas —
E eu sinto a dor de todas essas vidas
Em minha vida anônima de larva!”
Disse isto a Sombra. E, ouvindo estes vocábulos,
Da luz da lua aos pálidos venábulos,
Na ânsia de um nervosíssimo entusiasmo,
Julgava ouvir monótonas corujas
Executando, entre caveiras sujas,
A orquestra arrepiadora**
do sarcasmo!
Era a elégia
***
panteísta do Universo,
Na podridão do sangue humano imerso,
Prostituído talvez, em suas bases...
Era a canção da Natureza exausta,
Chorando e rindo na ironia infausta
Da incoerência infernal daquelas frases.
E o turbilhão de tais fonemas acres
Trovejando grandíloquos massacres,
Há de ferir-me as auditivas portas,
Até que minha efêmera cabeça
Reverta à quietação da treva espessa
E à palidez das fotosferas mortas!

Augusto dos Anjos

O MORCEGO

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou mandar levantar outra parede...”
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Augusto dos Anjos


sábado, 6 de dezembro de 2014

Sofia Kovalevskaya, matemática e niilista



Uma das mulheres mais interessantes do século XIX, a matemática russa Sofia Kovalevskaya (1850-1891). Sua inteligência incrível, sentimento de liberdade, rebeldia e idéias sociais avançadas torná-la uma pessoa completamente fascinante. Çom tudo, é uma desconhecida para a maioria das pessoas, pelo menos em Espanha.

É verdade que a matemática não é o tipo de atividade que faz um famosx, nem esta ciência também desfruta de boa imprensa, porque eles estão associados com a dificuldade, abstração, etc. Mas os avanços modernos em astronáutica, ciência da computação ou engenharia não teriam sido possível sem o grande desenvolvimento alcançado pela matemática, que em última análise é a "linguagem de todas as ciências"

Sofia Kovalevskaya era uma mulher extraordinária, tanto puramente científica e acadêmica, e em seu modo de entender a vida, a posição da mulher na sociedade e, especialmente, o papel da ciência a serviço da transformação social.

Sofia Vassilyevna Kovalevskaya, nasceu em 15 de janeiro de 1850, em Moscou, em uma família burguesa de abundançia econômica e propensa a atividades intelectuais. Na verdade, o famoso escritor Dostoievski estava cortejando por um tempo Anyuta, a irmã mais velha de Sofia.

Note-se que a sociedade russa de meados do século XIX, foi deprimente em quase todos os sentidos, governada por um autocrata (o czar, cujo poder era ilimitado), com uma economia feudal, e sujeita aos valores do patriarcado rankest e da religião cristã ortodoxa. Em tais circunstâncias, o desenvolvimento economiço, científico e cultural foi completamente bloqueado, e a oligarquia (com a ajuda da Igreja) procurou apenas manter seus privilégios e reprimir qualquer  movimento de mudança significava.

No caso das mulheres, os seus horizontes eram limitados, geralmente procurar um bom casamento e dedicar o resto de sua vida ao trabalho doméstico. Mas desde que começou a meados do século XIX apareçerem sinais de diferentes rebeliões na sociedade russa. As idéias socialistas e anarquistas, tendo muitas formas, apreendeu muitos dos intelectuais e dos jovens. A derrota na Guerra da Criméia (1856) colocou o czar em uma situação difícil, e os protestos dos camponeses, soldados, intelectuais, estudantes, etc, que exigiam aumento de mudanças sociais.

O mais interessante desses movimentos de rebelião foi os chamados niilistas, um termo cunhado por Turgueniev em seu romance "Pais e Filhos" (1863) para descrever o caráter de Bazárov, e que estes jovens aceitaram de bom grado como sua própria.

Niilistas eram contra tudo o que ele representava a sociedade russa tradicional, questionando todas as formas de autoridade e considerando-se a destruição da velha ordem como a principal ferramenta de mudança política. Enfrentando a ordem patriarcal, acreditavam na igualdade de gênero; contra a religião cristã, eram ateus e materialistas; contra a família tradicional, afirmavam as comunas e o amor livre; contra a ordem social estabelecida,  acreditavam na evolução e progresso, rejeitando as convenções e preconceitos. E acima de tudo reivindicaram o papel da ciência como uma força libertadora na construção de uma nova sociedade, banindo a superstição, a ignorância e o privilégio.

Não confunda o niilismo com o anarquismo. Embora ambos têm em comum a rejeição da autoridade, o niilismo é a ciência positivista e ocupa o lugar central, enquanto que o anarquismo é mais populista, buscando a emancipação do povo coletivamente e rejeitando intelectualismo. Bakunin criticou niilistas por suas abordagens , eles estavam longe das pessoas e os problemas políticos e sociais para entrar em uma dedicação solitária para a ciência.

Obviamente, o czar e os outros poderes constituídos, não viam com bons olhos aqueles que questionavam a ordem social, de modo que eles se propuseram a os reprimir violentamente. Muitos niilistas foram presos, mortos ou obrigados a emigrar.

Sofia Kovalevskaya era uma mulher de idéias niilistas. Impossibilitada de comparecer à Univerçidade (fechado às mulheres na Rússia, como na maior parte da Europa), ela foi para o exterior com a irmã Anyuta.

Antes ela havia se casado com Vladimir Kovalevsky, um paleontólogo evolucionista, um "casamento fictício", que teve o único objectivo de contornar as leis que estabeleciam que as mulheres poderiam fazer quase qualquer coisa sem a permissão de seus maridos ou pais. O "casamento fictício" era muito popular entre os jovens niilistas, e consistia de uma mulher se casava com um homem com a intenção de se libertar do jugo da família. Em seguida, cada um fazia a sua vida por conta própria, e que o marido devia dar todas as permissões que ela pedisse e que as mulheres podiam estudar, trabalhar, viajar, viver em comunas, etc, sem obstáculos.

Na Alemanha, Sofia foi capaz de estudar com alguns dos maiores matemáticos do mundo, como Karl Weierstrass. Precisamente Weierstrass foi que dirigiu a tese com a qual ela recebeu seu doutorado em matemática na Universidade de Göttingen, em 1874, a primeira mulher a consegui-lo.

Ela retornou à Rússia em 1875, e o que originalmente tinha sido um "casamento fictício" com Vladimir Kovalevsky, foi transformado em um relacionamento sério, e eles tiveram uma filha chamada Sofia, em 1878, no entanto, nestes anos estava muito longe da matemática , não deu qualquer trabalho a universidade  e basicamente dedicava-se aos círculos culturais freqüentes de St. Petersburg, enquanto seu marido estava tentando fazer uma fortuna com o setor imobiliário, o que ele nunca fez.

Em 1879, sua relação se deteriorou, e Sofia decidiu retomar seu trabalho científico. Ela retomou sua correspondência com Karl Weierstrass, viajou a Berlim e Paris (onde também frequentava círculos políticos radicais) e, finalmente, graças à sua amizade com o matemático sueco Gösta Mittag-Leffler, alcançou em 1884 um lugar de professora na Universidade de Estocolmo, onde nas aulas tinha grande número de seguidores. Ela também foi membro do conselho editorial da revista Acta Mathematica, uma das mais prestígiosas no campo da matemática. Enquanto isso, ela havia  passado pelo suicídio de seu marido em 1883, assediado por dívidas.

Sua grande chance veio em 1888, quando ela ganhou o Prêmio Bordin prestigoso da matemática, a primeira mulher que o çonseguiu, que ela tinha que resolver o famosa Equações de Euler "na rotação de um sólido pesado sobre um ponto fixo", uma problema por muitos anos chefe que trouxe os melhores matemáticos. Isso lhe valeu um prêmio de 5.000 francos e o prêmio final para sua carreira, e é reconhecida como uma das maiores autoridades em matemática mundo.

Mas ela não pode desfrutar de sua merecida reputação por muito tempo. Depois de um feriado em Gênova, no final de 1890, ela retornou para a Suécia em um passeio bastante acidentado. Ao longo do caminho, ela teve um resfriado, que depois degenerou em pneumonia, e morreu em Estocolmo em 10 de fevereiro de 1891, quando ela tinha apenas 41 anos de idade.

Após sua morte, a fama de Kovalevskaya se espalhou como fogo, tornando-se quase um mito. Claro que, para um ministro russo chamado Pyotr Durnovo, não era grande coisa, porque "eles estavam prestando muita atenção a uma mulher que, afinal, era um niilista"

Além de seu trabalho matemático, Sofia escreveu artigos científicos e outros temas, como o teatro, e até mesmo publicado um par de romances: "Memórias da Juventude" (1890) e "Mulher niilista" (1892) Como todos os niilistas, acreditava que a divulgação das ciências e das artes era uma atividade revolucionária, uma maneira de fornecer armas para acabar com a monarquia popular e classes , para fazer a revolução.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

...você não agiu, você decidiu... Punk só morreu pra quem não o viveu...

...o punk (ou pelo menos a minha pessoa) não defende nenhuma uniformidade, costume ou culto
a arquétipos e estereotipos...
... mas muitos "abdicam" do radicalismo acreditando serem tão "criativxs" e de "essencia pessoal"
criticando, alguns ofendidxs e preconceituosxs, com pretensas e descaracterizadas
"resistências" ou "posturas" de "não" rotulação ou "não" definição de "grupo" e estetica
pessoal, com sindromes(?) de inferioridade/superioridade a cultura descarada PUNK, para
terem alguma aceitação e se aventurarem nos ditos "meios sociais" ou que isso não impeça
suas façanhas amorosas...
..tratam o PUNK como uma fantasia (e muitos panques tbm o fazem) e não um comportamento
amargo e diverso de carcteres dinstintos e pessoais, feita sua cara pelas proprias pessoas
PUNX...

...o ato, então, de irresponsabilidade para com o civilizado habito de vestir-se e agir,
não o é uma forma voluntaria, autonoma e prazerosa???

...reduzir pessoas ao seu visual é tipico de pessoas inferiores/superiores, que se
vangloriam de suas vantagens intelectuais/sociais... pois que fiquem com elas..
..que fiquem com suas eternas desculpas mediocres e relações mediocres, deixe a
descaracterização social e degeneração marginal para o PUNK...

...façamos nossos zines...façamos nossas musicas...
...façamos nossa estetica, não só um visual, mas uma forma de resistencia, ruptura e contraponto...
uma postura/identidade que vai além de vestimentas e falacias, que negue o pré estabelecido, a não ser por nossas proprias carcaças, afinidades e vontades...
..vivamos nossas atividades culturais e politicas...