Translate

sábado, 29 de dezembro de 2018

Desconstrução Koletiva Espacial - Autonomia y Autogestion (Coletânea em memória dos 2 anos do Espaço Korpo Sem Órgãos)


Coletânea em memória dos 2 anos do Espaço Korpo Sem Órgãos
A presente coletânea foi quase toda gravada no squat CSO (RIP) no estúdio do espaço que foi construído com muito esforço e apoio mutuo. Todas as bandas que estão nesse registro participaram ativamente do funcionamento da casa em seus quase 2 anos. Esse trampo é dedicada as pessoas e bichxs que por ali passaram e ajudaram na construção desse espaço autogestionado.
VIVE LA REBELDIA!
Bandas:
Kadarvores
Disindividu
Grillus Sub
Billis Negra
Total Desprezo

*Coletânea que catei com xs manxs de fortaleza que passaram por aqui pelo final de 2017... CD + encarte com letras e infos sobre cada banda... quem tiver interesse, disponível pra trocas/escambos por aqui ou se quiserem o contato direto e desenvolver seu próprio intercâmbio direto de Punk pra Punk com o pessoal que conspirou a coletânea, só entrar em contato que lanço o contato... UP!!!




quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Doença e Capital - Alfredo M. Bonanno


A enfermidade, isto é, um mal funcionamento do organismo, não é algo exclusivamente humano, os animais também adoecem, e mesmo as coisas em seu próprios sentidos apresentam defeitos. A idéia de enfermidade como uma anormalidade, é a idéia clássica desenvolvida pela ciência médica.
A resposta à doença, principalmente graças à ideologia positivista a qual domina a medicina hoje, é da cura, que é dizer, uma intervenção externa feita por práticas específicas, cujo objetivo é restaurar as condições de uma suposta idéia de normalidade.
Apesar de tudo, seria um erro pensar que a busca pelas causas da doença têm sempre sido paralela com as necessidades científicas de restaurar a normalidade. Durante séculos remédios não andaram de mãos dadas com os estudos das causas, já que naquele tempos isto seria absolutamente fantástico. Os remédios teriam sua própria lógica, especialmente quando baseados em conhecimentos empíricos das forças da natureza.
Recentemente, uma crítica ao sectarismo da ciência, incluindo a medicina, tem se baseado na idéia de totalidade do homem: uma entidade construída por vários elementos - intelectual, econômico, social, cultural, político e por aí vai. É nesta nova perspectiva que a hipótese materialista e dialética do marxismo se insere. A variada descrição da totalidade do homem novo e real, não mais dividida em setores que o velho positivismo nos tinha acostumado, foi novamente resumido em um determinismo de uma só direção pelos marxistas. As causas das doenças são consideradas como conseqüência exclusiva do capitalismo, que, alienando o homem através do trabalho, expondo-o a uma relação distorcida com a natureza e a "normalidade", o outro lado da doença.
Em nossa opinião nem mesmos as teses positivistas que enxergam a doença como sendo o mal funcionamento do organismo, nem as teses marxistas que consideram que todo mal é devido ao crime capitalista são suficientes.
As coisas são um pouco mais complicadas que isso.
Basicamente, não podemos dizer que as doenças não existiriam numa sociedade liberta. Nem poderíamos dizer que neste feliz evento as doenças se reduziriam a simples enfraquecimentos de uma força hipotética que ainda está para se descobrir. Cremos que a doença é parte da natureza do estado humano de viver em sociedade, isto é, isto corresponde a um certo preço a ser pago para corrigir um pouco as condições ótimas da natureza para obter a artificialidade necessária para construir inclusive a mais livre das sociedades. Certamente, o crescimento exponencial da doença numa sociedade livre onde a artificialidade entre indivíduos poderia ser reduzida ao estritamente indispensável, não poderia se comparar a de uma sociedade baseada em exploração, tal e como é nossa sociedade atual. Pode se observar desta idéia, que a luta contra a doença é uma parte integral do conflito de classes. Não tanto porque a doença é causada pelo capital - o que seria uma declaração determinista e desta forma inaceitável - mas porque uma sociedade livre seria diferente. Mesmo em sua negatividade estaria fechada a vida, ao ser humano. Assim, doença poderia ser uma expressão de nossa humanidade assim como é hoje uma expressão da nossa terrível desumanidade atual. Isto é razão pela qual nunca estaremos de acordo com as teses simplistas resumidas na frase "fazer da doença uma arma", nem mesmo pensar que isto é digno de respeito, especialmente no que concerne a doenças mentais. Não é realmente possível propor ao paciente uma cura que se baseia exclusivamente na luta contra o inimigo de classe. Assim a simplificação seria absurda. A doença também significa sofrimento, dor, confusão, incerteza, dúvida, solidão, e estes elementos negativos não se limitam ao corpo, mas também atacam a consciência e a vontade.
Desenhar programas de luta sobre tais bases seria bastante irreal e terrivelmente desumano. Porém, a doença pode se tornar uma arma se entendermos tanto suas causas quanto seus efeitos. Pode ser importante para mim entender quais são as causas externas da minha doença: Capitalismo e exploradores, Estado e capital. Mas isto não basta. Também necessito clarear minha relação com a MINHA DOENÇA, que não deve ser apenas sofrimento, dor e morte. Deveria também ser um método pelo qual posso entender os outros e a mim mesmo melhor, assim como a realidade ao meu redor e o que precisa ser feito para transformá-la, e obter por sua vez uma melhor compreensão das saídas revolucionárias. Os erros que têm sido cometidos no passado neste tema provêm da falta de claridade devido à interpretação marxista. Que foi baseada na reivindicação em estabelecer uma relação DIRETA entre doença e capitalismo. Cremos que esta relação deveria ser INDIRETA, isto é, sendo informado da doença, não da doença em geral como uma condição de ANORMALIDADE, mas da doença como um componente da minha vida, um elemento da minha NORMALIDADE. E então a luta contra a doença. Mesmo se todas as batalhas não terminarem em vitórias.
*zine "4 paginas" tamanho 1/4 de A4...

Doença e Capital

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Pesti - crust band


Banda crust com vocal feminino de $P... peguei essa "demo" quando a banda tocou no ZO em Caos (RJ) no ano passado (2016), com a Julia (vocal da banda), numa troca que fizemos lá no evento...  demo de 2016, 7 sons fudidos + encarte com letras... não sei se a banda ainda tá na ativa, mas quem tiver a fim de uma copia física entra em contato que nós desenrola uma troca ou vê contato delxs ai pelos links a baixo...

ao vivo pra quem quiser dá uma sacada:


demo na integra:


Bandcamp:

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Humanidade, Amor e Consumo - poezine


O petróleo 
não é nosso
E o seu uso e beneficio não
é do planeta
Fabricando
produtos muito
mais poluentes
O sangue do mundo
derramado pelo 
asfalto
E pelo domínio
da gente
Sobre nossos
pés
O solado do tênis
A borracha do
pneu
Uma terra
sem vida
Extração e
exploração
Utensílios
da industria
da ganância
Nossa Herança

*poezine tamanho 1/4 de A4, 8 paginas... poesias sobre humanidade, amor, consumo, monocultura de plantas, petróleo, fabricar, produtos, poluição, dominação, sangue derramado, terra, exploração, lucro, ditadura, esterilidade, destruição, futuro, mão de obra escrava, trabalho, industria química, chibatas, maldades, extinção, capital e usurpação...

Humanidade, Amor e Consumo - poezine

Coletanea NoiseCore - Barulho Subversivo


Bandas:
Academic Worms
Ataque Cardiaco
Chaotic Sound
N.E.K 
Olho Por Olho
Primitive Noise
Reator04
Resto De Feira
Vjölenza

CD + encarte + infos e letras... 
Não contém informação sobre a coletânea em si, mas muito massa, pra quem gosta de uma barulheira com conteúdo.... pelo que entendi a coletânea foi feita em 2012 com algumas bandas velhas e novas da cena noise...
quem tiver interesse, disponível pra trocas/escambos... 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Por um 1° de maio kontra o trabalho e pela guerra social - livreto/zine



*livreto/zine, tamanho 1/6 de A4, 10 paginas...cronologia dos fatos ocorrido no 1° de maio de 1886 em chicago e a greve geral que paralisou os principais centros industriais norte-americanos... falas, antes de serem sentenciados, de 5 dos 8 condenados, por associação do tipo do que anos depois se chamaria de anarco-sindicalista... e julgamento, manipulado em todos os sentidos, sendo mais um linchamento do que propriamente um julgamento.

Por um 1° de maio kontra o trabalho e pela guerra social

domingo, 9 de dezembro de 2018

Kompilado Anti-skinhead - sin fronteiras


Aqui una vez mas demonstrando nuestro descontento y nuestra rabia, vomitando la idea antagónica que nos diferencia a punks de skins sean del ambiente que sean o se quieran rotular, no compartimos ni compartiremos una lucha mas allá de su pregonado anti fascismo por parte de un sector siempre cuestionable y que limitadamente termina ali, vivendo de poses e modas absurdas, siempre re fraseando dichos de otro tiempo y lugar, opacando esto con música, su sósten intelectual y anti sistema que no sale del bar o la cancha para ver mas allá de eso, complementándole a una persona que no solo no se cuestiona sino que sigue el camino recto de cualquier otra persona en sociedad, trabajar, consumir y morir...

Kompilado Anti-skinhead com as bandas:
odio expunkzivo
diskonforme
torturados por tu patria
akedia
pesadelo cotidiano
neurosis kronika
kaos infekto
gritos de protesta
renegados pelo sistema
mental desorden
intolerantes
empatia
cancer del sistema

CD + encarte

 Material que adquiri através do pessoal da banda Pesadelo Cotidiano, quem tiver interesse, disponível pra trocas/escambos por aqui ou se quiserem o contato direto e desenvolver seu próprio intercâmbio direto de Punk pra Punk, só entrar em contato que lanço o contato... UP!!!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Total Desprezö - Vozes que clamam do inferno sem resposta


Tötal Desprezö - Vozes que clamam do inferno sem resposta Punk Hardcore Anti-Nuclear João Pessoa - PB - bra$il

Materialzim muito massa que recebi recentemente do mano Dän de JP, 2ª demo da banda segundo consta no flyer junto com encarte, lançado pela É PESO DISTRO, 4 faixas de um punk/hardcore nervoso, com encarte, letras e fotinhas/colagens... 4 sons que retratam negativamente o fracasso de parte da experiência humana...

Quem tiver interesse, disponível pra trocas/escambos por aqui ou se quiserem o contato direto do Dan e desenvolver seu próprio intercâmbio direto de Punk pra Punk, só entrar em contato que lanço o contato do mesmo... UP!!!

pra dar uma sacada numas das faixas do cd:
Tötal Desprezö - Chernobyl

DIY or Die - Fuck copyright - No profit...

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Insane #1 - poezine/punkzine


Poder social?
Interação reciproca que implica no controle da manipulação interpessoal.
Domínio Submissão. 
Poder social inclui todas as especies de situações que abrangem a capacidade
De algo ou alguém controlar  o comportamento dos outros.
ÓDIO AO SUPERIOR!
Agressão, prejudicar, destruir.
Superar remover obstáculos.
Frustração seguida por causas impostas pela soci
Gerando revolta

*Poezine/punkzine, 4 paginas, tamanho 1/2 A4... zine colorido, com colagens e poesias feito pela LÖL em 2009... poesias sobre silêncio, ruídos, pesadelos sociais, mentiras, vida, conflitos, desejos, agressões, ressentimentos, dogmas, perfeição, caos, ego, padrões, limitações, ódio, frustração, comportamentos, controle, manipulação, insanidade, lagrimas, confusão, indecisão, lagrimas, sequelas, pensamentos, solidão...

Trocas/escambos 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A natureza farpa - poezine


Passarinhos cantavam presos em gaiolas
Os pedaços de bife de boi balançavam no açougue
O bebe de Lady Batista bebia litros de leite
O bezerro da vaca mimosa subnutrido
Sem ter o que mamar
Cachorros se rodeavam agoniados dentro de um apartamento
Gatos que desaprendem a caçar imploram ração
Peixes tóxicos boiam secos em rios podres
Arvores centenárias sendo devastadas
Prédios
Cimento
Concreto
Fumaça
Fezes
Humanidade
Pelos cantos carcere canteiro
Condomínio e propriedade
Cidade
A natureza vala

*poezine tamanho 1/4 de A4, 8 paginas... colagens, desenhos e poesias sobre natureza, prisões, consumismo, trabalho, poluição, tecnologia destrutiva, machismo, doença, progresso, ganância, poder, culturas destruídas, reciclagem e rebelião...

domingo, 2 de dezembro de 2018

Planta tu Misma! - poezine

MANIFESTO
La sociedad com su fin último
Superior: la represión
Bloquea a través de nuestros corpos
Y nuestros pensamentos racional
El encuentro de las almas transparentes
Deseosas de sentirse lo que no
Podemos demostrar con palabras.

Más allá de está amargura
Esta visión mundana ególatra
Que nos arremeten
Hay partículas forcejeando
el universo para encontrar
en aquellos seres que transcienden
la guerra en busca de una paz
desplegando las alas efímeras
colmadas de amor y comprensión
El oxigeno que nos habita
En mentes inhertes
Recibe este aliento vital.

*poezine, 8 paginas, tamanho 1/4 de A4, em espanhol... poesias sobre anonimo, manifesto, mitologia charrua, morte, ação direta, recicle, velha guarda republicana e republica, terra e liberdade, pensar em nada, sou uma bruxa...

Trocas/escambos


sábado, 1 de dezembro de 2018

Sob os escombros da cidade #2 - punkzine


Na busca incessante de ideias incendiárias e experiências 
criativas/espontâneas/subversivas é que afio o bisturi do
contraste social pra fuder radicalmente em mim quaisquer
expectativas ou determinações de estrutura
capitalista/burguesa que excluí, oprime e oferece migalhas a
população em forma de politicas precarizadas e
salárias degradantes que não atendem de fato as reais
necessidades de (sub)existência dos indivíduos, cada vez mais
engolidos pelo cotidiano da loucura urbana. É neste contexto
nefasto, pouco ou absolutamente desfavorável a justiça social
que este espaço de recusa mais uma vez se insurge objetivando
expor, mas nunca impor, isso jamais! Uma maneira de pensar,
de sentir e agir frente as circunstâncias que desencadeiam e
denunciam a realidade cruel e insuportável que é o cotidiano no
século XXI... bem vindos ao asilo da existência, lugar onde a vida
do outro não vale porra nenhuma.

* 2° numero desse zine muito bom,  (ver n° 3 aqui ) produzido pelo mano Dan, que chegou as minhas mãos através desse intercâmbio massa que tamos firmando por esses tempos, com o tempo vou postando algo sobre outros materiais...
Nesse n° muitas colagens, texto anti-nuclear, Teatro Cilaio Ribeiro (okupa cultural), dicas de filmes, livros, discos e produções marginais independentes e relatos de uma vivência....
12 paginas, tamanho 1/2 A4

Quem tiver interesse, disponível pra trocas/escambos por aqui ou se quiserem o contato direto do Dan e desenvolver seu próprio intercâmbio direto de Punk pra Punk, só entrar em contato que lanço o contato do mesmo... UP!!!

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Que es Mon$anto? - folleto informativo


*folheto informativo sobre essa transnacional polêmica, seus malefícios e que tem provocado numerosos ações de suborno, falsificação de estudos e publicidade enganosa em vários países do mundo... 6 paginas, tamanho 1/2 A4


Rumores - poezine


Destroços, cadáveres
Crianças desfiguradas
A guerra aqui não se encerra
Nesta face horrorizada
Mórbida terra
Degradação humana
Explosão terrorista
Velas para Nagazaki
e flores para Hiroshima
Olhos trêmulos choram
Diante da violência fuzilam a paz
estupram a inocência
Arquitetos de destruição
promovem genocídios
Cidades e cemitérios
Neste mundo um asilo


*poezine tamanho 1/8 de A4 (1 folha A4 dividida em 8 partes)
poesias sobre guerras e suas sequelas, assassinatos, destruição, explosões, energia nuclear, sangue, violência, choro, famílias famintas, sem futuro, morte da natureza, caos, armas que não se calam, ganância, fome, destroços, cadáveres, crianças desfiguradas, horror, morbidez, degradação, estupros, genocídios e cemitérios...

Rumores

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Ruptura #1 boletim periódico do NHC - punkzine


...em crise abrangente e continua, promovemos o HARDCORE, uma nova realidade para Punk, não queremos alargar o pecaminoso quadro de militância em quatro paredes
para esses burgueses travestidos de anarquistas. Queremos ecoar nas ruas, na periferia, na realidade que muitos negligenciam.
Propomos uma nova organização, este zine é reflexo inicial de quem se expõem em tempo de mediações.
Em anos de carências ideológicas e estrutural conclamamos aos que não querem seguir na mentira a tomada de postura.
Não queremos de teu silêncio a nossa voz, queremos e primamos pelo combate ativo.
chega de impulsos retardados! Punk não é para servir de editorial em jornais e nem manequim antropológico de tvs.
Dentro desta neologia social nos mantemos distantes.

*zine de cunho punk/hardcore de 1995, tamanho 1/2 A4, 8 paginas... importante zine feito pelo NHC (Núcleo HardCore) para movimentação punk/hardcore no bra$il, 
e que até hoje ressoa por ai...
pena que tretas infantis e os egos inflados de muita gente embalista que se identificou como tal, "fizeram" de uma proposta radical apenas mais um chavão e
pano de fundo para que seus pensamentos prevaleçam sobre o "movimento", ignorando o fato de que PuNk não gira em torno dos seus umbigos...

o zine aborda as questões sobre a necessidade e importância dos points, sobre a proposta de uma movimentação hardcore, um breve histórico do punk/hardcore até a época  (mundo a fora e no bra$il) e um pequeno boicote a homofobia... + muitas colagens e fotos.

Trocas/escambos

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Insatisfação Continua...! n:# - punkzine


só vai acabar quando você morrer!
só vai deixar de matar quando alguém matar você!
Eu resistirei sobre suas carcaças, pois em suas mãos está a minha vida.
Mas é minha morte que você prefere. É minha carne que lhe sustenta.
É a minha pele em dias frios, que te esquenta.
Como você se sente sendo um assassino?
Não se choque com o noticiário, dando informações de mortes. 
Visite os matadouros, a sessão de congelados dos supermercados e veja corpos expostos.
Basta decidir qual o mais saboroso para o seu jantar.
Não se choque!
Sobreviva por mais um dia e me mate todos os dias.
Não se assuste!
Conte a verdade para suas crianças. Fale dos assassinatos em massa.
e diga que hitler não é nada perto de você!
Mas eu não te odeio!
Sei que estarei em cima de suas carcaças.
Humilhação e diversão são palavras bem parecidas.
Morte sem dor para mim. Isso é muito humano.
"Muito humano"?!
E sua Eutanásia?
E sua vida? Seus remédios,sua roupa, seu cigarro, seu baton, seu carro... e o seu amor?
Só por quem se parece com você?
Seu especista!
Mas, eu sei que estarei em cima de sua bela e tão eterna carcaça. Eu sei!
No fim de algum começo, eu estarei em cima de sua bela carcaça!


Funcionou muito bem, não? Onde quer que tenha se estabelecido o judaísmo ou cristianismo, ambos através de suas táticas manipulatórias e de guerra,
mantem-se com poucas exceções e raros questionamentos a ideia de que cabe a nós, super seres humanos escolhidos por deu$, dominar e se impor perante os outros seres vivos,
perante os outros animais, assim como, não obstante, do homem dominar se impor perante a mulher, do judeu ou cristão dominar e se impor perante as outras religiões,
do sexo uniforme sobre o sexo pluriforme, do amor cristão e monogâmico dominar e se impor perante qualquer outra forma de manifestação de amor.
Dessa forma, o segregacionismo se estabelece em uma civilização embrutecida pelo "amor missionário" bíblico,
fornecendo uma base teórica (muito fajuta, fantasiosa e pobre por sinal, apesar de estar contida no livro que ainda é mais vendido no mundo)
para a justificação da imposição e indocrinação de relações, que tituladas de cristãs e proclamadas como mensageiras de uma suposta paz,
apenas trouxeram o massacre ideológico e físico de centenas de bilhões de animais, centenas de milhares de seres humanos, e outras formas de vida.
Como, de qualquer forma, a maioria das religiões estão entrelaçadas de várias maneiras, tais atributos não são próprios do judaísmo ou do cristianismo.
è inegável, todavia, que na américa e na europa, por exemplo, a maior parte da responsabilidade pela tiranização do humano em relação ao meio e até a si mesmo
está em grande parte pautada pelos princípios bíblicos.


A criação de um deus, de um ser superior e atribuição a ele da criação, estabelecimento e manutenção de mecanismos de controle ideológico em populações,
agrupamentos e sociedades diversas está constantemente relacionada a construção de um sentimento e de um ideário especista do humano em relação ao seu meio.
Romper, questionar e se intrigar com especismo hoje, significa invariavelmente romper, questionar e se intrigar com toda a forma a qual muitas civilizações
e a sociedade se estruturam, principalmente essa sociedade tec-no-lógica que vivemos hoje.
Romper com a forma com que uma parte das religiões enxergam desde seus primórdios as relações homem x homem e homem x meio, 
romper e questionar as mais diversas relações de poder existentes é se opor a toda essa estruturação social patética organizada, nesse ocidente, 
pelo patético judaísmo e, principalmente, pelo patético cristianismo.

* punkzine de 2008, tamanho A4, "10 paginas", resenhas e cartazes de encontros/eventos/atividades/gigs, colagens, desenhos, poesias e textos sobre inocência, corpos e mentes livres e plurais, anti-especismo, especismo e influência bíblica, veganismo... anti-fascista e anti-oi!!!

Trocas/escambos

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Sob os escombros da cidade 3 - punkzine


Existe tempo para coisas antigas hoje?
será que a adaptação tecnologica-social é ireversivél?
Ou isso ainda há de nos servir e/ou nos prejudicar de um jeito ou de outro?
Eu continuo e pretendo continuar ouvindo discos, fitas k7, lendo e produzindo zines fulldidamente xerocados, enviando/recebendo correspondências,
escrevendo coisas em maquina de datilografar, intervindo nos muros da cidade, me encontrando com as pessoas nas ruas, apesar de minha city ocupar atualmente
o 2° lugar em violência na bosta do brasil e vivenciando coisas que só quem tá a margem tá ligad@. 
Para outr@s essas coisas apenas ocupam um lugar no cantinho da memoria de onde se mira um passado com nostalgia e distância porque no presente acabaram cedendo
as ilusões/pressões da sociedade que outrora negavam.
Para além de qualquer relação fetichista/nostálgica que envolva algumas das práticas mencionadas acima, esse texto tem a intenção de instigar questionamentos,
investigações, duvidas e possibilidades sobre a nossa relação com a tecnologia neste inicio de século.
O fato é que ela está ai e as coisas estão acontecendo. E agora? por exemplo, nossa relação com algumas tecnologias como a internet deve implicar tão somente impedimentos?
ou deixar de perceber potenciais estratégicos na utilização de certas tecnológicas disponíveis em favor da propaganda subversiva, não é impor limites as possibilidades
de ação? claro que quando eu sugiro estas questões não perco de vista os limites objetivos impostos pelas desigualdades no acesso a qualquer forma de tecnologia em nossa
sociedade, que, aliás, refletem uma grave realidade de exclusões históricas.
E muito menos a de que temos que nos render aos "avanços" tecnológicos, isso de forma alguma, pois os zines são a nossa principal forma de imprensa/mídia livres.
Os hackers por assim dizer, politizados, desde os anos 50 e 60 se inspiraram em trés princípios básicos que foram sendo aprofundados ao longo do tempo:
1 - O acesso aos computadores deve ser livre.
2 - Toda informação deve ser disponível.
3 - Desconfie da autoridade - promova a descentralização.
É mister afirmar que nada pode ou irá substituir a luta nas ruas, mas deixar de perceber novas formas para a propaganda contrainformacional, não seria "radicalidade"?
Se pensarmos nisso, por exemplo, veremos que o acesso a esse tipo de informação - que se veicula de forma independente, não profissional e em diversos formatos,
inclusive em espaços como a undernet - deep web, etc. ainda são bastante restritos. 
A asfixia cultural promovida pelos meios de comunicação/alienação em massa interdita propositadamente o discurso "critico", "louco" e "proibido" em sua programação,
ao mesmo tempo em que lesa os povos com entretenimento, consumismo e a reafirmação das relações de poder como se fossem naturais, impedindo as pessoas de cogitarem 
a livre informação exatamente pro não pensarem livremente.
daí a importância da propaganda/difusão de conteúdo livre em vários espaços e não da banalização com muit@s mau intencionad@s tentarão interpretar esta que é uma problematização
e não um manual de conduta/ações.

Por outro lado, pra irmos além da critica não construtiva, a ponte no acesso a certos conteúdos livres tem sido um ponto positivo quando se pensa em espaços 
virtuais que se propõem a funcionar como veículos de contrainformação. Alguns movimentos sociais, por exemplo, ao longo dos últimos anos perceberam nu uso estratégico
desses espaços em potências para a promoção de informação descentralizada e para a mobilização/articulação de pessoas em torno de causas e ações sociais.
Constatado isso, passaram a fazer uso massivo das redes sociais e de outras formas de interação na web para a interferência estratégica no mundo físico.
Enfim, o que importa nessa discussão é ir além dos estereótipos e dos discursos que representam estagnação - algo que está vivo precisa se movimentar, se ressignificar, 
se tornar novo esvaziando-se das convenções no conflito das ideias/praticas.

                  

*punkzine tamanho A4, 16 paginas... entrevista com a banda Helvetin Viemärt... Letras das bandas Total Desprezö, Banquete dos Vermes e Cinza e Ausência... Textos sobre espaços virtuais, EZLN e violência machista... Relatos/informes de gigs/eventos, bandas, coletanea... + fotos, colagens, poesias e sugestões/reviews...
 muito bom zine, com exceção as informações sobre eventos, todo o conteúdo bem atual/atemporal...

Disponível para trocas, de quem faz pra quem faz!!
Faça tu mesmx ou morra!!!


sábado, 6 de outubro de 2018

Vomito Ratazaniko - zine

Ouvi dizer que o futuro
Dura 3 segundos
então nossas vidas
São feitas de memorias
toda vez que bebo
esqueço
assim vou morrendo me esvaindo
com minha memoria
mas vou montando
ma construindo
e minha vida agora
uma historia
narrada pelas lembranças
de quem me acompanha

*poezine tamanho 1/4 de A4, 8 paginas... poesias e desenhos "existencialistas"...

Contatos pra quem tiver interesse em adquiri-lo:

instagram: anarkanurb
e-mail: nabrunhagra@gmail.com

domingo, 16 de setembro de 2018

Conluio 3 - punkzine

Sem Porta

A partir daqui rasgue suas regras e leis... Rasgue!
De nada vale está realidade se não pudermos ter outras.
De nada vale viver se não beijarmos os lábios da morte.
Para disso extrairmos todo o prazer!
De nada vale dormir se não pudermos ter sonhos.
Para detestar realmente os pesadelos.
De nada vale a liberdade fisica se a mente estiver
Presa a grilhões da consciência estática.
Para quem é real, o horizonte só depende de questionar.
O que não é.
E mesmo sabendo que rasgando as regras e leis,
Tudo a diante será sonho.
Sentimentos Apáticos

Sentimos muito, mas não sentimos nada por vocês.
Que inflamam ser livres ao se aprisionarem em seu gênero, em suas condições "naturais".
Sentimos muito, mas não nos faz sentido tal direção.
Talvez vocês nos achem arrogantes ou pensem que pensamos sermos melhores.
Mas é melhor para nós sermos os incógnitos que somos.
Talvez vocês nos achem irreais por realizarmos tudo que propomos.
Isso não é uma simulação! Nós somos reais! (Eu sou real!)
Mas talvez vocês pensem que não somos.
Isso porque vocês acham a liberdade uma utopia.
Acham que jamais acharão a essência do que é ser livre.
Acham que é atuação?

Sentimos muito se vocês tem mania de serem inferiores ou abusados...
Sentimos muito se vocês querem a igualde excluindo e segregando...
E nem percebem a contradição de tais vontades...
Sentimos sim, que estamos através de tais idéias e ideais...
Se vocês acham que nos achamos melhores ou superiores por isso,
Talvez vocês devam rever o que sentem realmente sobre o que propomos e sentimos.
Será que vocês acham melhores nossas ideias?

Sentimos muito, mas se sua ideia de liberdade é isso...
Não sentimos nada por vocês. E nada é nada...
Nem simpatia, nem antipatia.
Somente apatia.








Ousemos viver nossa vida inteira descobrindo, questionando, 
experimentando, sentindo, masturbando, viajando, buscando o novo, BRINCANDO, 
tentando ir mais longe nessa nossa relação com nosso corpo, 
e deixando a liberdade nos levar para seus caminhos incógnitos.
Como jovens e , melhor como crianças.
Sempre. Nos viviaremos nessa brincadeira. Tomemos, sobretudo e todavia, muito cuidado.

  O cuidado é indispensável porque nesse mundo toda alegria será perseguida.
Toda imaginação será encarcerada n a lógica do consumo.
Toda libertação do corpo será doença, aberração.
Toda vivência, existência ou ameaça de liberdade será duramente perseguida, 
sufocada, assassinada e escondida, seja com a força da lei, seja com a força da bala.

  Estar livre é um grande passo para estar sendo perseguido, 
encarcerado, internado, escondido e, tragicamente, morto.
E mesmo com esse perigo, vale a pena se viciar nessa coisa louca que é a liberdade. 





 A violência de um roubo!

Tanta garra e energia,
tantas vontades e sonhos
roubados a luz da lua.
E as sementes jogadas ao asfalto forma
banhadas com sangue e com muita dor.
Que as flores e frutos que a
maquina impediu de continuar,
Que os asfalto impediu de mostrar seu esplendor,
Floresça com a revolta em nossos corações.
Do contrário esse roubo será só mais um,
E essa morte só mais um numero nas estatísticas.



Cuidado de viver

Ter todo o cuidado na vida
Não é o suficiente para se viver mais.
Principalmente quando sua vida
Não depende unicamente de sua vontade...

Afinal, pode aparecer alguém
Que ache sua pele bonita e queira fazer de você um casaco.
Ou achar que você é forte e pode carregar
Uma carroça cinco vezes o seu próprio peso.
Ou pensar que você não sente dor,
E assim desmembrar todo seu corpo parte a parte,
O que por um lado pode até parecer divertido a tal alguém.
Ou quem sabe, enjaular você em algum lugar para fazer companhia...
Ou quem sabe achem de querer
Provar teu sabor porque disseram a esse tal alguém
Que você está aqui para servir pra isso e tudo o mais que foi citado...

Ter cuidado na vida
Não é suficiente mesmo para se viver mais.
E sim cuidar de vidas como vidas.
Tão necessárias a vida quanto você!



















Concessão do jugulo

Não arguiria jamais um real amor ao hipócrita laço eterno...
Afinal qual humano duraria tanto tempo em um único sentimento?
As paixões são com as estações, quentes ao verão, frias ao inverno
Floridas em primavera e decadentes ao outono vento...
jamais condenaria minha vontade a anulação...
Instituições mentais!
Prisões sentimentais!
Casamento não é nada mais que dois egoístas a realização!


* punkzine tam. A4, 20 paginas, desenhos, colagens, manifestos, poesias e textos sobre sentimentos, anti-regras/leis, medos, loucura, liberdade, vontades, anarquismo, vícios, faça você mesmx, eventos, releases, bandas, produções individuais e coletivas, veganismo, libertação animal, Rogatka Veggie bar (I$rael)...

Disponível para trocas, de quem faz pra quem faz!!

Faça tu mesmx ou morra!!!

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Cruz e Souza - "Consciência Tranquila"

Prosa de Cruz e Souza, com "relato" pezadissimo sobre a escravidão e a "consciência tranquila" de um abastado senhor de escravos "ilustre" homem branco e cidadão de "bem"...




CONSCIÊNCIA TRANQÜILA
O ilustre, o douto homem rico, o abastado senhor
de escravos está já, segundo a previsão do seu médico,
quase às portas da morte.
Sobre o luxuoso leito largo, na alvura fria dos
linhos, entre os gélidos silêncios das paredes altas, ele
está mudo, semimorto, dormindo, como que se
predispondo para o sono eterno.
No confortável aposento onde ele aguarda afinal o
último suspiro, vai e vem, abafando os passos, toda uma
sociedade de honrados bajuladores, de calculistas
espertos e frios, de interessados argutos, de herdeiros
capciosos, de tipos bisonhos e suspeitos, almas
simplesmente consagradas ao instinto de conservação
da vida no que ela tem de mais caviloso e oblíquo.
Graves e grandes, como bocejos lassos, como tédios
esquecidos, os momentos do moribundo se prolongam e
os comentários esfuziam e ferem, à surdina, o ar doentio,
pesado...
– Não há dúvida que vamos perder um homem
útil, prestimoso, eminente, carregado de saber e
virtudes, bom e piedoso, ah! sobretudo bom e piedoso.
Que coração de anjo para os humildes, para os tristes,
para os fracos, para os desamparados. A sua bolsa,
sempre inesgotável, dividia-se com todos. Verdadeiro
apóstolo da caridade, da religião e da ciência, era um
justo na acepção da palavra, de uma moral elevada até
à santidade. Nunca me há de esquecer de como ele foi
sempre generoso para essas raparigas miseráveis, gente
baixa, que nem ao menos tem a vala comum para cair
morta e que ele afinal protegia com a sua bolsa e
arranjava-lhes noivos entre pobres-diabos da plebe,
quando por acaso elas deixavam de ser virgens com ele...
De muitas, de muitas sei eu que ele tornou felizes com
o seu prestígio, dando-lhes casamento e dinheiro. Sim!
porque outro fosse ele, como esses bandidos que por aí
andam, que deixariam as pobrezinhas ao desamparo e
com filhos. Ele, não; casava-as logo e assim trazia
felicidade aos casais que constituía. Muito, muito justo,
sempre foi muito justo em tudo! Homem distinto! Homem
distinto! Este é dos poucos que podem morrer com a sua
consciência tranqüila, perfeitamente tranqüila!
Quem assim falava com esta ingênua malignidade,
com esta nova, inédita inocência, com esta terrível e
eloqüente ironia, por si próprio, no entanto,
desconhecida, era um homem de olhos ladinos e gestos
sacudidos, próspero, rubicundo, expressão loquaz de ave
rapace, nariz altivo, espécie de sagaz furão de negócios,
parecendo estar sempre ocupado em absorver e conhecer
pela atilada pituitária o ar das cousas e dos interesses
imediatos.
Num dos dedos da sua mão ágil, pronta, precisa
para o assalto à vida, com a medida exata dos grandes
golpes ocultos, reluzia a clara gota d’água iriada de um
rijo brilhante.
Mas, o troféu de glórias deste curioso exemplar
humano era o famoso e filaucioso cavaignac, meio
diabólico, meio cínico, que ele afagava com gravidade e
volúpia, abrindo em leque, num gozo particular, como se
o cavaignac fosse o seu inspirador e o seu oráculo naquela
eloqüência.
Como todo o bandido bem acabado, perfeito, como
todo o Tartufo casuístico, tinha o seu séquito, os seus
satélites, que instintiva ou calculadamente ouviam e
aprovavam sempre em silêncio servil tudo quanto ele
dizia e lhe forneciam a manhosa e morna atmosfera,
feita de rastejantes e vermiculares sentimentos na qual
ele vivia à farta, num transbordamento de tecidos
adiposos, cevando-se nas lesmentas vaidades e caprichos
mesquinhos dos outros, lisonjeando-lhes as pretensões,
alimentando-lhes os vícios, devorando-lhes o ar, numa
verdadeira existência parasitária.
Mas, agora, todas as atenções se voltavam,
alvoroçadas, ansiosas, para o velho moribundo, que
acordara afinal em sobressaltos, o olhar desvairadamente
pairado num ponto, como se por um esquisito fenômeno
tivesse ressurgido do terror do sono eterno e viesse ainda
perseguido por glaciais fantasmas que o arrastavam pelos
cabelos e pelas vestes, através de uma treva duramente
muda e aflitiva...
E, ou fosse remorso ou fosse álgido medo da hora
extrema ou fosse mesmo agudo e histérico delírio
imaginativo de senil e tábido celerado que vai morrer, o
certo é que todos, no auge do espanto, no mais esmagador
dos assombros, sem poder conter a súbita e estupenda
torrente que lhe foi espumando e jorrando da boca
bamba, ouviram este cruel e amorfo monólogo, feito de
lama e podridão, de estanho inflamado, de ferro e fogo,
de acres e apunhalantes sarcasmos, de ódio e visco, de
mordentes perversidades, de chagas nuas, de lacerações
de carnes gangrenadas, de soluços e estupros, de ais e
risadas, de suspiros e concupiscências baixas, de beijos
e venenos, de estertores e lágrimas, tudo rodando,
rodando através do pesadelo da Morte.
Como que a seu pesar, um fenômeno desconhecido
o transfigurava, punha-lhe na boca a eloqüência viva de
chamas devoradoras. Ele era, naquele momento, a presa
formidanda das correntes da matéria, que os mais
curiosos e estupendos sentimentos abalavam: como que
uma outra natureza, sem ser propriamente,
legitimamente a sua, a natureza dos mistérios, que paira
acima de tudo o que nos é terrenamente acessível, a
natureza do Incognoscível das Esferas, dos maravilhosos
Ritmos, o inspirava, falava pela voz dele, enchia-o de
fluidos prodigiosos, arrebatava-o para um meio sonho e
para um meio delírio, onde, contudo, transpareciam faces
verdadeiras das cousas, já galvanizadas pelo passado.
Aquilo era como que o exemplo vivo, iniludível e
supremo dessa vaga névoa, dessa bruma de Abstrato,
que há em todo o Tangível, do Sobrenatural que há em
todo o Verdadeiro.
– Ah! lá se vão elas, vejam, lá se vão elas! Quantas!
Quantas! Eram todas minhas! Vinham entregar-se ao
meu ouro que tinia, tilintava, tinia com a sua luz sonora.
Olhem, lá vão elas! Todos aqueles corpos eu beijei, eu
gozei, eu depravei, eu saciei! Todos aqueles belos corpos
brancos se adelgaçaram, se quebraram, vergaram, em
curvas voluptuosas de abóbada estrelada, às minhas
furiosas luxúrias. Parecia que corcéis de fogo disparavam
no meu sangue, corriam a toda brida nos meus nervos,
tanto a sensualidade me agitava, me vertiginava,
aguilhoava-me com os seus aguilhões acerados. E eram
todas virgens, que eu desviei, estrábico de gozo, nas
formidáveis alucinações da carne. Pois se eu tinha o
meu ouro, o meu ouro que agisse sem demora e mas
trouxesse vencidas; pois se eu tinha o meu ouro, o meu
ouro que as escravizasse à minha lascívia, o meu ouro
que as fascinasse, o meu ouro que as atraísse, o meu
ouro que as magnetizasse, o meu ouro que as cegasse, o
meu ouro que as perdesse, o meu ouro que as aviltasse!
Pois se eu tinha o meu ouro, que mal então que eu
comprasse formas de argila, com o meu ouro de forma
de sol! Pois se eu tinha o meu ouro! Pois se eu tinha o
meu ouro! Pois se eu tinha o meu ouro!
Por entre os linhos alvos do leito, naquelas
brancuras preciosas, como que um rio de ouro, um
cascatear de ouro, uma música de ouro vinham então
finamente e fluidamente rolando, distendendo pelo leito
os seus harmoniosos e claros veios de ouro, numa feeria
de som, de alvura e de ouro.
E o senil e tábido milionário estava ali como um
célebre mago dominado pelo ritmo alucinante, pela vara
magnética desse êxtase de visionário moribundo, pela
doentia e sonâmbula superexcitação nervosa, por toda
essa vertigem, por todo esse deslumbramento hipnótico,
fatal, enlouquecedor, do ouro. E ele ria alvarmente uma
risada entre amarela e negra, que fazia lembrar o
fúnebre caixão que o esperava...
Todos, estupefatos, suspensos, diante daquele
delirante e sensacional espetáculo que não podiam
encobrir nem conter, tinham a respiração sufocada, os
semblantes transtornados, lívidos, tão lívidos que
pareciam outros tantos moribundos que ouviam, imóveis,
num espasmo de angustioso terror, esse outro sinistro
moribundo falando.
Agora, porta mais negra e mais ensangüentada
se abrira escancaradamente, num rápido rasgão de raio
que fende as nuvens, ao delírio do cérebro demente do
quase morto: era como se nenhum escrúpulo delicado,
sutil o prendesse mais à terra e aos homens; se todos
os fios e laços das suscetibilidades da alma se houvessem
partido, despedaçado e ele ficasse só nos instintos, à
vontade, besta desenfreada, livre de todas as correntes
do Sensível, sob o impulso primitivo, selvagem,
desorientado, animal, deserto, da simples matéria e da
simples carnalidade:
– Ah! Ah! pois não era o meu ouro, só o meu ouro,
sempre o meu ouro que comprava tanta carne humana,
desprezível, que eu via entrar nas senzalas, de volta do
eito?! Negros trêmulos, velhos e tristes, com o dorso
curvado por uma remota subserviência ancestral, atávica,
fantasmas de pedra, mudos e cegos na sua dor absurda...
Às vezes era pelos amargos desfalecimentos da
tarde; e, no fundo denso da noite algumas estrelas
espiavam como sentinelas, de olhos acesos e vigilantes,
aquela torva massa trôpega e tarda que caminhava como
do fundo de um tempestuoso e formidável sonho: os
crânios desconformemente alongados, os perfis com
deformações hediondas, talhados à bruta por mãos de
gênios rebeldes, infernais e os olhos envenenados pela
mais atroz, bárbara e mórbida melancolia das
melancolias. Como que vinham, num turvo e amorfo
desfilar do centro misterioso da terra, com a cor da terra,
com a cor das trevas primitivas, esqueléticos,
cadavéricos, héticos, na assombrosa condensação de
todas as criações shakespeareanas, arrastando os
miseráveis e ensangüentados farrapos das almas.
Parecia-me que se cavava de repente, por toda a
extensão do eito, imensa, profunda cova; que essa cova
era como velha chaga secular formidavelmente grande,
sinistramente sangrenta, a devorar, a devorar, a devorar
carne humana, legiões e legiões de míseros, um fabuloso
mar negro e selvagem de corpos e almas amaldiçoadas...
E essa chaga tremenda, avassaladora, fatal, ia então
alastrando, não já sangrenta, mas verde, podre,
gangrenada, aberta a monstruosa e purulenta boca verde.
Não sei para que sobre-humano horror eu recuava,
para que noite caótica de horror animal eu mergulhava
a tremer, a tremer, a tremer...
Ficava então de repente com a imaginação
dominada por cruéis sobressaltos, com ansiedades,
delírios a se vulcanizarem no cérebro... Subiam-me ao
cérebro obsessões de loucura, como que os meus
pensamentos se agachavam, se encolhiam aterrorizados
a um canto do cérebro... Um medo agudo, invencível,
me amarrava os nervos... Todo eu gelava, suava medo...
E aquela bamba, trôpega e tarda massa torva, fenomenal,
numerosa, estranha, tão estranha aos meus sentidos
apavorados, dava-me a impressão fantástica de abismos
que caminhavam, de tenebrosas florestas de corpos
cheias de rugidos de feras, de garras, de dentes
devoradores, que eu via de repente atirarem-se,
arrojarem-se sobre mim, bramindo vingança, e
despedaçarem-me, estrangularem-me todo.
Ao meu espírito aterrado, ao mundo virgem e
nunca visto de visões que se me desenvolviam no
deslumbrado raio visual, era como se todos aqueles
esqueletos negros se reproduzissem, surgissem por toda
a parte turbilhões e turbilhões, tumultos e tumultos,
matas serradas, compactas, selvas bravias de esqueletos
negros, toda a África colossal ululando e soluçando num
ululo e num soluço milenário... E, por sobre todos esses
milhões de cabeças tenebrosas, pairava no ar,
solenemente, prognosticadamente, sugestionado-
ramente, como o satânico e sinistro Anjo da Guarda da
negra raça dos desertos, lassa e descomunal, lânguida
e letárgica serpente, talvez dormindo e sonhando novos
e mais maravilhosos venenos, com as grandes asas
abertas... Ah! eram sobrenaturais esses sofrimentos que
assim me remordiam tanto com tamanhos dentes e com
tamanhas garras!
Deus, a essas horas tão tremendas para a minha
consciência, ali tão humilhada, batida, cobarde de terror
diante daqueles negros espectros, onde estava Deus,
para trazer-me um alívio, um consolo para ter piedade
de mim, para dar-me de beber da fonte clara, fresca e
suave da tranqüilidade, para saciar a sede de humildade,
de pobreza, de simplicidade, a sede devoradora que me
incendiava, a mim, a gula viva do ouro, a mim, a gula
viva da sensualidade, a mim, a gula viva do crime!
No entanto, ah!, que risadas satânicas, diabólicas,
que satisfação perversa me assaltava quando o feitor,
bizarro, mefistofélico, de chicote em punho, lanhava,
lanhava, lanhava os miseráveis e lindos corpos de certas
escravas que não queriam vir comigo! Oh! lembra-me
bem de uma que mandei lanhar sem piedade. A cada
grito que ela soltava eu gritava também ao feitor: – Lanha
mais, lanha mais! E o bizarro feitor lanhava! O sangue,
grosso e lento, como uma baba espessa, ia formando no
chão um pântano onde os porcos vinham fuçar
regaladamente! Com que febre, com que alucinação
inquisitorial eu gozava essas torturas! Até mesmo, às
vezes, via-me possuído de um extravagante desejo
animal, de um desejo monstro de beber, como os porcos,
todo aquele sangue. Lembro-me também de outra,
bestialmente grávida, prestes a ser mãe, a quem eu,
para saciar a minha sede feroz de ciúme, a minha sede
de raiva, a minha sede de concupiscência suína, mandei
aplicar quinhentas chicotadas, enquanto os meus dentes
rangiam na volúpia do ódio saciado. Desta foi tamanha
e tão atroz a dor, tão horríveis as contorções, enroscando-
se como serpente dentro de chamas crepitantes, que
esvaiu-se toda em sangue, abortou de repente e ali
mesmo morreu logo, felizmente lembro-me bem, com a
boca retorcida numa tromba mole, espumando roxo e
duas grossas lágrimas profundas a escorrerem-lhe no
canto dos olhos vidrados...
E de outra ainda lembro-me também, porque eu a
mandei afogar no rio das Sete Chagas, junto à figueira-
do-inferno, com o filho, que era execravelmente meu,
dentro das entranhas... Mandei afogar tarde, a horas
mortas, depois que certo sino cavo soluçou as doze
badaladas lentas e sonolentas no amortalhado luar... E
devo ter algum remorso disso? Remorso? De quê? Por
quê? Por quem? Meu filho? Como? Feito por um civilizado
num bárbaro, num selvagem? Remorso por tão pouco?
Por lama vil que se joga fora, por barro ignóbil que para
nada presta?! Remorso por fezes, resíduos exíguos de
elementos inservíveis, bílis negra, composto de produtos
podres, gases deletérios e inúteis, pus fétido – pois por
essa asquerosa e horrenda cousa que se formou e
ondulou misteriosamente sonâmbula nas entranhas
pantéricas de uma negra hei de ter, então, remorso,
hei de ter, então, remorso?!
E os quatro enforcados da encruzilhada do
engenho, com as hirtas línguas de fora, por uma noite
de trovões e relâmpagos, oscilando dos galhos das árvores
como pêndulo da morte! E os que morreram no tronco,
com a espinha dorsal quase vergada ao meio! E aqueles
que de desespero e de aflição sem remédio se rasgaram
os ventres enterrando-lhes fundo facas agudas! Os que
estalaram tostados, queimados nos fornos em brasa! Os
que foram arrastados pelos campos a fora, a galope,
atados a caudas de cavalo! Os que tiveram os ventres
atravessados pelas aspas dos bois bravios! Os que se
envenenaram com venenos mais mortais que o das
serpentes! Os que se degolaram na mais desesperada
das agonias!
E aquela negra terrível que morreu louca,
abraçada ao filho pequeno, dando-lhe alucinadamente
de mamar, nua, toda nua, com o seio a escorrer leite e
ao mesmo tempo a escorrer sangue pelas feridas de
trezentas e setenta e tantas chicotadas, com os olhos
esbugalhados, a olhar-me muito, a olhar-me sempre,
parece que ainda horrivelmente a olhar-me agora, a
perseguir-me, a cortar-me de pavor como uma lâmina
gelada e penetrante.
Ah! e aquele negro de cem anos, morfético,
inchado como um sapo enorme, manipanço senil, a quem
eu arranquei os dois olhos com a ponta de uma verruma,
enquanto ele urrava e escabujava de dor como um tigre
apunhalado! E isto em pleno eito, num meio-dia de ferro
e fogo, que cortava e queimava, por um sol dilacerante,
devorador como feras esfaimadas, sangüinolentas! E eu
arranquei-lhe os olhos, enterrando-lhe fundo a verruma
sem piedade, depois de já lhe haver aplicado por todo o
corpo, apodrecido e chagado pela morféia, seiscentas
vergalhadas, de pulso musculoso e rijo e de relho forte
aberto em trinta pernas terminando em agudos pregos
nas pontas. Ah! como o velho manipanço se retorcia,
espumava, gania, mordia a língua, soltava pinchos por
entre os torvelinhos, os círculos vertiginosos,
desvairados, das trinta pontas aguçadas das pernas
rígidas do relho!
E ainda aquele outro negro decrépito, de uma
boçalidade caduca, cego, mudo e idiota, completamente
cego e mudo, que foi encontrado morto no curral dos
porcos, a cabeça fora do tronco, inteiramente decepada
a machado, os órgãos genitais dilacerados!
Remorsos, eu, então, de toda essa treva trágica,
de toda essa lama de crimes apodrecida?! Como,
remorso? Pois não era do trono do meu ouro que eu
estava rei soberano, assim, com o cetro do chicote em
punho, coroado de ouro, arrastando um manto de púrpura
feito de muito sangue derramado?! Remorso? De quê?
Se o meu ouro tudo lavava, vencia, subjugava a todos e a
tudo, emudecia a justiça, tornava completamente servis
e de pedra os homens, fazendo de cada sentimento um
eunuco?!
A estas palavras como que pareceu haver um certo
movimento de protesto, de altivez revoltada, na pasmada
assembléia que o ouvia: quase que um vago vento de
indignação passou... Mas, como entre os males da vida
“o mal de muitos consolo é”, e quase todos que ali estavam
eram parentes do moribundo, aguardavam uma parte do
seu grande ouro; e como também nos seus cerebrozinhos
empíricos lhes passasse de repente a idéia de que talvez
por um milagre da riqueza, por um extraordinário valor
e soberania do potentado, ele muito bem podia levantar-
se do leito ainda e expulsá-los a chicote daquele recinto,
todos se entreolharam manhosamente e fizeram
depressa espinha mais flexível, fingiram-se mortos o
melhor que puderam – vivos, mais mortos que o
semimorto.
Toda essa delirante epopéia de lama, treva e
sangue, era por ele murmurada lentamente, com voz
cava, soturna, como através das paredes de um lôbrego
subterrâneo ou nas sombrias, solitárias arcadas de um
convento os crepusculamentos de um Requiem...
Impelido por uma força nervosa erguera-se um
pouco no leito, talvez ainda mais envelhecido agora,
trêmulo, transfigurado, o olhar sempre fixo num ponto,
olhar de cego que olha em vão tudo, que como que só vê
para dentro de si mesmo...
Mas de repente o moribundo teve uma risada alvar,
lugubremente idiota, entre amarelada e negra, que fazia
fatalmente lembrar o fúnebre caixão que o esperava...
E, arremessando convulsamente as frases como lançadas
no ar, na violência do esforço derradeiro, tremendo, como
quem chama a si as últimas energias da matéria que
desfalece, a língua já presa, já acorrentada pelos pesados
grilhões da morte que vinha vindo, pendeu a encanecida
cabeça de celerado senil, exausto de forças, os braços
molemente caídos ao longo do leito, os olhos e a boca
desmesuradamente abertos, a respiração siflante, num
espasmo sinistro...
No ambiente ansioso, inquietante, do aposento,
pairou uma comoção mortal...
Dos lençóis alvos e frios do leito, bruscamente
revoltos na alucinadora aflição daquele velho corpo
martirizado, como que transpareciam, se levantavam
brancas visões de sepulcro...
Nos circunstantes, à maneira de velhos
instrumentos de cordas usadas, que vibram
insolitamente, percorreu logo um pavoroso
estremecimento. Todos se acercaram do leito, os rostos
transfigurados, na agitação convulsa do grande final –
míseras, tristes sombras que num movimento arrastado,
impelidas por sensações secretas, se acercavam de uma
sombra mais mísera, mais triste...
E, ó ironia da Culpa original!, numa leve contração
da boca, ainda com um voluptuoso e luminoso alento de
vida a esvoarçar-lhe nos olhos, sem longos e torturantes
estertores, deixando apenas escapar um fugitivo, breve
gemido de lá bem do fundo vago, quase apagado,
longínquo, do seu Crime, na atitude de um justo, o ilustre
homem rico, o abastado e poderoso senhor de escravos
expirou – dir-se-ia mesmo com a sua consciência
tranqüila, completamente tranqüila...

Sobre Cruz e Souza:

Cruz e Souza nasceu escravo. Entretanto, foi liberto aos 
quatro anos de idade quando o marechal Guilherme Xavier de Souza alforriou 
seu pai antes de partir para a Guerra do Paraguai. Mas, não só por este motivo 
a guerra influenciou sua vida. Finda a campanha, que contou com as armas 
negras, a situação dos escravos mudou um pouco. Era inegável a importância 
que o elemento negro desempenhou no campo de batalha. Entretanto, isto não 
seria suficiente para influir decisivamente na condição do negro no Brasil, pois 
o regime escravocrata agonizaria durante 18 anos até a promulgação da Lei 
Áurea. Assim, se por um lado o poeta tinha motivos para se orgulhar de sua 
cor heróica, por outro continuaria sendo alvo de preconceitos raciais.

De intelectual republicano e abolicionista, Cruz e Souza transformou-se 
em poeta simbolista, depois em símbolo de sua própria era através da arte.
O foco de atenção do poeta deixa de ser o mundo, para ser o seu próprio 
mundo. Um mundo atemporal, onde o contingente só tem lugar em virtude 
da transcendência que possibilita. O poeta simbolista, emblematicamente 
símbolo e, porque também não dizer, vítima de seu tempo, dá azo a suas 
obras derradeiras. Agiganta-se o homem Cruz e Souza. Colocando nas 
costas todo o peso de sua condição de negro, liberto, rejeitado, genial 
e poeta, ele dá a luz ao melhor de sua produção literária. “Evocações”, 
“Faróis” e “Últimos Sonetos”, entrariam para a história da literatura 
brasileira e, quiçá da literatura mundial, em virtude de suas qualidades 
estilísticas, estéticas e éticas.

+