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sábado, 1 de agosto de 2015

Sexismo até quando ?? só depende de você, de mim e de todes!

Sexismo até quando ?? só depende de você, de mim e de todes! 
As violências e abusos de cunho sexista são um problema estrutural no movimento punk que, desde sua origem, deixou muito a desejar no que diz respeito às desconstruções dos padrões normativos de gênero e combate ao machismo nos nossos próprios espaços. Violências dessa natureza são frequentes em todas as cenas punks, o que é algo muito contraditório com as práticas discursivas do movimento. 
Geralmente o movimento reproduz as mesmas práticas da sociedade como um todo, dando a problematizações dessa 
natureza um tratamento privado/pessoal, quando as violências de gênero no movimento deveriam ser tratadas como pauta política, se discutindo e buscando resoluções de forma coletiva. No entanto, me parece que muito tempo se passou e este continua sendo tratado como “ assunto de mulher”, não por acaso, quando casos de violências machistas são questionados ou repudiados, isso geralmente é feito por mulheres, que muitas vezes estão sozinhas, tornam-se um problema por questionar lugares privilegiados, são estigmatizadas, silenciadas e, sobretudo não se
enfrenta o problema, mas o abafa, deixando que permaneçam as afinidades pessoais com os abusadores e criando uma atmosfera de acolhimento ao mesmo. 

De nada adiantam nossas aspirações ideológicas, nossa postura contestadora diante das mais diversas formas de opressões, se não nos dedicarmos a destruir as relações de poder em nosso cotidiano. É necessário reconhecer que não estamos imunes a reproduzir os comportamentos que mais nos incomodam na sociedade. Penso que, como punk, anarquista, libertárie ou o que seja, não é coerente contribuir para que formas de dominação se perpetuem, como a escravidão animal e as imposições patriarcais, até porque estão intrinsecamente relacionadas ao capitalismo e suas mazelas decorrentes. 
Não é raro nos depararmos com situações em que ocorrem violências/abusos machistas nos meios punx, mas também percebo que aos poucos as mulheres estão se empoderando nas cenas e questionando lugares de poder, denunciando agressores, se fazendo ouvir, produzindo e resistindo às dificuldades presentes nos próprios espaços (supostamente) libertários. 



No entanto é preciso que todes se proponham a fazer auto-critica, questionar a si mesme, aos outres e ao coletivo enquanto movimento. Esse exercício talvez seja um primeiro passo, para que possamos juntes reconhecer nossas contradições e buscarmos as melhores formas de solucioná-las, construindo espaços seguros para que identidades não-masculinas sintam-se segures e acolhides.  

Enquanto esse debate não for realizado exaustivamente, enquanto não formos capazes de conviver juntxs sem reproduzir as convenções heteropatriarcais, muitas minas continuarão a sofrer violências silenciosamente, continuarão a se afastar ou resistirão com apoio de poucas pessoas ou sozinha. 
A desconstrução do sexismo em nossos meios é um problema político e coletivo, NÃO SE CALE! 
Por : Beta Vulgaris


3 comentários:

  1. sobre o tema do machismo, sei bem como é isso, sou uma moça q gosta de ir nesses shows punks e derivados, recentemente sofri agressão verbal, ofensas de um cara só pq eu fiquei com um cara de uma banda e ele ficou mordido,(detalhe, eu nunca tinha visto esse cara q disse essas coisas na vida, e nunca tive nenhum tipo de relacionamento com ele) agora vem no meu face me dizer ofensas, fui educada dizendo q eu não queria nada daquilo..fui educada pq eu vou sozinha nesses shows, e ele tem muitos amigos nessa cena, se eu colocar isso a tona,ou procurar briga, é obvio q todo mundo vai ficar do lado dele, e não da desconhecida aqui,e eu vou ficar como a ''vadia'' da historia, e eu quero continuar indo nesses shows e curtir em paz, a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco, não é pq eu fiquei com um cara de uma banda, q ele pode se dar o direito de vir me ofender e me denegrir, de faltar ao respeito comigo, eu não fiz nada de mal a ninguem, agora é torcer pra q quando eu ir num show e encontra-lo pessoalmente ele não fazer nada de mal pra mim, e não ficar me perturbando, espero q ele me deixe em paz, pq eu não tenho ninguém pra me defender, enquanto ele tem todos os amiguinhos e amiguinhas dele lá...lamentável como num meio em q as bandas falam de temas contra a opressão, repressão e etc, aconteça algo assim...e outra, a vida é minha, eu tenho o direito de ficar com quem eu quiser sem sofrer repressão, discriminação, por isso.

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  2. só pra deixar claro e complementar sobre o meu relato q não dá pra editar, o cara vem me ofendendo com conotações sexuais, só pq eu fiquei com cara de banda, enfim é isso.

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    1. infelizmente esse tipo de opressão/discriminação e outras são bem comuns nas cenas ditas "punks" e undergrounds... mas não podemos parar, a desconstrução das relações de poder é um problema politico/coletivo... valeu ai pelo relato/desabafo... não se cale!! UP...

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